domingo, 19 de julho de 2015

Viagem Natal-Teresina-Belém 2002 - Terceira Parte

Ao amanhecer do quinto dia, conversei com a guarda do posto até a chegada de um funcionário e segui no rumo de Sobral. Para minha surpresa, o movimento estava bem intenso.

Perto da entrada de Sobral, fiz um lanche (cuscuz, ovo frito, leite) e o dono não quis cobrar. Seguindo caminho, fui até Aprazível, onde cheguei às dez e pouco. Conversei um pouco com o dono daquela casa grande que ficava ao lado do posto de gasolina e liguei de um orelhão para a casa de Dona Oneide em Coreaú para informar minha chegada. A pessoa que atendeu não entendeu o que eu falei e disse que não tinha mais paciência para atender trote ou alguma coisa assim... Quando estava planejando esta viagem, combinei que visitaria Dona Oneide, mãe da Rita, minha cliente.

Diante do resultado do telefonema, fiquei em dúvida se deveria ir, mas resolvi ir mesmo assim, nem que fosse só para dar satisfação à Rita. De Aprazível a Coreaú, 29 km a favor do vento em uma hora e 15 minutos.

Lá chegando, conversei com Dona Oneide e uma irmã de Rita e o Waldemar. Almocei baião de dois com carne seca e voltei para Aprazível, onde já havia combinado pernoitar na casa grande ao lado do posto. A volta, contra o vento, durou duas horas e 15 minutos.

No sexto dia, dia 20\02\2002, dia do falado anagrama, levantei às quatro horas da madrugada. Fiz uma boa merenda no outro lado da BR, num ponto de parada de ônibus interestadual (queijo, cuscuz, café). Ainda no escuro, segui pela BR deserta.

Andei poucos km e dobrei a esquerda no rumo de Mucambo. Passei por uma movimentada feira e, poucos km depois, uma subida inesquecível.

A primeira parte, uma reta de uns 800 metros (eu acho), subi na coroa 28 com catraca 22, a relação mais leve que eu tinha, e, mesmo assim, em zigue-zague. Eu imaginava que, depois da curva, a subida ficaria mais suave.

Puro engano. Quando fiz a curva para a esquerda, a inclinação ficou mais acentuada e tive de empurrar a bicicleta. O guidão encostava-se ao peito e eu precisava parar de 20 em 20 metros para recuperar o fôlego.  No meio da subida, num trecho em forma de U, por uns 200 metros, pude pedalar. Estava com uma camisa de botão, aberta na frente. Estava suando e, ao mesmo tempo, gelado. Podia observar os batimentos cardíacos na minha barriga perto da boca do estômago.

Se não me engano, gastei uma hora e 40 minutos para subir os estimados quatro km.

Quando cheguei ao alto, me senti como um super-homem e, depois de mais alguns km, atravessei Ibiapina.

Mais adiante, depois de São Benedito, numa subida onde se via uma plantação de rosas, fui alcançado por outro ciclista, numa bicicleta sem marchas, que andava com facilidade onde eu me esforçava para acompanhar. Falei a ele que gostaria de ter a metade da sua força, e ele respondeu “você é muito mais forte do que acredita”.

Depois após passar por uma subestação da Coelce, entrei à direita, no rumo de Carnaubal e fui me informando como chegar a Cachoeira do Norte. Lá chegando mais ou menos às 14 horas, visitei dona Rosa, irmã do Nazareno, outro cliente.

Dona Rosa já me conhecia, pois havia morado perto da casa do Nazareno, em Ananindeua. Chegando lá, fui tomar banho no igarapé que ficava no fim da plantação de feijão. Água gelada.

Passei o resto do dia descansando e dormi na casa dela

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