Ao amanhecer do segundo
dia, Manoel João falou que eu teria que visitar a oficina antes de seguir
viagem, pois o cubo traseiro estava com uma folga enorme e, com certeza, as
peças estavam comprometidas.
Tomamos café. Fui com ele até o mercado e, no caminho, mostrou onde era a
oficina, quando fomos cada um para o seu rumo. O mecânico mostrou as bacias
rachadas e os cones bem desgastados. Os cones que ele tinha eram sem beiço, de
aço cromado, e resistiram bem os quase dois mil km restantes da viagem.
Voltei à casa de Manoel João, arrumei minhas coisas, agradeci e segui
viagem. Eram já umas oito e tanto da manhã.
Passei aqueles morrinhos perto de Açu e andei contra o vento até uma
curva depois do Posto Zé da Volta, quando a direção da estrada mudou no rumo de
Mossoró.
Em Mossoró, numa padaria, comprei pão e um litro de leite e fiz uma
”refeição”. Depois, ainda andei até o início da noite e pernoitei num posto de
gasolina próximo à divisa RN\CE.
No terceiro dia, ainda madrugada, saí do posto no rumo de Aracati. De
Aracati, para Fortaleza, fui pela estrada do litoral. Em Fortaleza, optei pelo caminho que passa
perto da entrada da Ceasa e sai lá onde as BR para Picos e Teresina se
encontram (km 15).
Andei até às 20 horas e dormi num posto de gasolina a 40 km já passando
de Fortaleza.Eu havia comprado uma enorme rapadura perto de Messejana, sendo
que um caminhoneiro entortou a faca tentando parti-la ao meio.
No quarto dia, com vento a favor, andei bem. Catuana, São Luis do Curu,
Umirim, Itapagé, Irauçuba...., até Forquilha.
Na descida daquele povoado que ficava 6 km antes de Itapagé, a mais ou
menos 40 km\hora, dei uma pancada numa lombada curta que só vi quando não dava
mais tempo para frear. A roda traseira entortou um pouco.
Faltando uns 40 km para Forquilha, notei que a roda traseira encostava no
quadro toda vez que eu pedalava forte.Examinei e descobri que a porca havia
estourado a rosca. Coloquei mais um cone no eixo e resolvi o problema. Os últimos km antes de Forquilha foram no
escuro, com uma chuvinha. Tive de andar bem devagar, pois não enxergava o chão
e havia muitos buracos. Em Forquilha, no único posto de gasolina, dormi sentado
numa cadeira de descanso que o vigilante arranjou.
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