Um domingo destes, mais ou menos
em 2010, fui dar uma volta grande para um dia (quase 300 km).
Saí de casa às 4:30, no
escuro. Para melhorar o desempenho,
regulei o selim bem alto e bem para frente, jogando mais peso para o guidão.
Cheguei a Castanhal antes das 8 horas. Eu estava levando queijo cortado em
cubinhos para ir comendo aos poucos.
Na saída de Castanhal para São
Francisco, encontrei um ciclista muito gordo, andando numa bicicleta speed,
numa marcha muito pesada. Fiquei seguindo ele de perto por uns 8 km, quando ele
fez meia volta e retornou para Castanhal. Os meus punhos estavam inchados por
causa da regulagem do selim, mas não quis mexer na bicicleta.
Quando passei por São Francisco,
o vento já estava muito forte (contra), mas eu estava focado, naquele dia, a
vencer o percurso escolhido.
Precisamente às 10:30, 105 km
pedalados, estava eu saindo de Igarapé Açu para Maracanã. Andei uns 15 km e
entrei para a esquerda, no rumo de Magalhães Barata. A estrada, a partir daí,
estava sendo asfaltada.
Com mais 11 km, entrei novamente
para a esquerda, e, mais 6 km, passei na entrada de Matapiquara, e, mais 4 km,
cheguei na ponte sobre o Rio Marapanim, e parei num bar na entrada de
Cristolândia. Lá fiz uma merenda com biscoitos e o queijo que eu levava. O
queijo já estava quase derretendo por causa do calor, sendo que dei o resto
para uns papudinhos que estavam no bar.
Eram 13:25 quando saí de
Cristolândia para o km 50 da estrada de Curuçá. Foram 34 km de piçarra com
costelas de vaca em alguns trechos, pedras soltas e areia em outros. Os últimos
8 km, de Vila Maú em diante, estavam asfaltados, sendo que o asfalto, novo,
ainda estava coberto por uma camada de areia (bem no meio da pista a camada de
areia era mais fina).
Às 15:20, 175 km percorridos, no
km 50 da estrada de Curuçá, dobrei à esquerda, rumo a Castanhal, para percorrer
os últimos 113 km de volta para casa. Os meus punhos pareciam mais inchados, mas eu já havia acostumado. Encontrei dois ciclistas que vinham de Marudá
e iam para Belém, mas fariam o percurso só até Castanhal, onde embarcariam no
ônibus. Eles estavam mais rápidos que eu, sendo que, depois de uns 3 km de
conversa, nos despedimos e eu fiquei para trás.
Com vento a favor, cheguei a
Castanhal às 17:56. Vi um orelhão na calçada e resolvi dar uma ligada para casa
informando minha situação. Como eu já estivesse passando pelo orelhão, estando
só com uma mão no guidão, freei bruscamente, me desequilibrei e caí no meio da
pista. Não me machuquei, mas foi uma autêntica vídeo-cassetada.
Faltando 53 km para chegar a
minha casa, escureceu e começou a chover. Usei uma lanterna de cabeça e, a
partir daí, continuei andando mais devagar. Parecia que a energia havia
acabado. Como sou privilegiado e isento de cãibras, fui seguindo a 13 ou 14
km\hora, sendo que cheguei às 22:30.
Além do queijo, comprei outras
merendas em São Francisco, Igarapé Açu e Cristolândia.
No dia seguinte, trabalhei
normalmente e não senti nada; mas, na terça-feira, ao meio-dia, a canseira se
manifestou. (ainda não sei por que, mas já notei outras vezes que a canseira
leva umas 36 horas para se manifestar).
288 km em 18 horas. Meu recorde
anterior era 276 km em 17 horas e 10 minutos (ponte sobre o rio Gurupi até
minha casa) , em fevereiro de 1998.

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