Nos anos 70, às vezes
nós saímos aos domingos em pequenos grupos e andávamos pelas estradas da zona
rural de Venâncio Aires e não dispensávamos as frutas que encontrávamos à beira
do caminho. Goiabas, laranjas, abacaxis, melancias, e, principalmente, bergamotas.
Comíamos tantas
bergamotas que era comum ficar com dor de barriga.
Num domingo destes, o Rogério Kreulich teve a idéia
de ir lá num lugar onde havia umas bergamoteiras bem carregadas, que nós já
conhecíamos de outros passeios.
O pai dele tinha um
fusca, táxi, e fomos motorizados para encher o porta-malas. Lá chegando,
encostamos o carro bem pertinho das bergamoteiras e fizemos a colheita de umas
duzentas frutas.
Como a estradinha era
muito estreita, Rogério fez uma manobra para retornar, mas atolou. Estava
conosco um menino de uns 8\9 anos, que eu chamava de “cunhadinho”, pois ele
tinha uma irmã muito bonita.
Na falta de força para
empurrar o fusca, fui até uma casa a uns 300 metros e pedi ajuda a um senhor
que lá estava dando ração para alguns porcos.
Ele topou ajudar, e
fomos até o fusca. Quando eu me ajeitava para empurrar, ele, sozinho, com um
empurrão, desatolou o carro.
Ficamos contentes e
agradecemos a ajuda providencial.
O homem, então, falou: “antigamente
os carros eram pesados, e era difícil empurrar, mas, hoje em dia está mais
fácil..... e, se vocês quiserem, podem pegar umas bergamotas ali para comer”.
Já pensaram se ele
soubesse que já havíamos enchido o porta-malas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Quer comentar?