No nono dia, saí do posto
de gasolina a 18 km de Timon e segui no rumo de Caxias. Lembro pouca coisa
deste trecho, a não ser que, a partir do meio-dia, já tendo passado por Caxias,
o céu começou a escurecer atrás de mim e as nuvens escuras foram me seguindo pela
tarde inteira, cada vez mais escuras.
Ao chegar à última
curva antes de Peritoró, lá onde começa aquela descida comprida, veio uma
ventania atrás de mim; não bastasse a velocidade que a bicicleta ganhou na
descida, ainda tinha uma ventania me empurrando!
Só deu tempo de entrar
no posto de gasolina no final da descida. Sentei na escadinha do restaurante e
vi a chuva caindo no sentido horizontal e o vento varrendo tudo no espaço entre as bombas de combustível (latas, tambores de lixo, papéis, etc.)
Chuvas com ventania são
comuns nesta região no mês de janeiro, pois recordo outras chuvas parecidas já presenciadas em outras
viagens, uma perto de Santa Inês e outra perto de São Bento.
O dia estava acabando e
me instalei para dormir pendurando a rede debaixo de uma árvore.
No décimo dia, às cinco
horas e trinta minutos eu já estava pronto para seguir, quando vi passar,
lentamente, um caminhão em frente ao posto, ainda escuro, com uma carga de
formato irregular.
Tendo saído do posto
meia hora depois, quando amanheceu, encontrei o tal caminhão uns 30 km mais à
frente. Era uma carga de vidros, e, com
a estrada toda esburacada, o caminhão parava a cada buraco para proteger a
carga, de modo que eu era mais veloz que ele!
Passei o dia a lutar
contra o vento, passei por Bacabal e Santa Inês e terminei o dia em Bom Jardim,
entre Santa Inês e Zé Doca, onde me acomodei debaixo de uma carreta no posto de
gasolina.
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