domingo, 4 de outubro de 2015

Viagem Natal - Teresina - Belém 2002 - 6ª parte

No  nono dia, saí do posto de gasolina a 18 km de Timon e segui no rumo de Caxias. Lembro pouca coisa deste trecho, a não ser que, a partir do meio-dia, já tendo passado por Caxias, o céu começou a escurecer atrás de mim e as nuvens escuras foram me seguindo pela tarde inteira, cada vez mais escuras.

Ao chegar à última curva antes de Peritoró, lá onde começa aquela descida comprida, veio uma ventania atrás de mim; não bastasse a velocidade que a bicicleta ganhou na descida, ainda tinha uma ventania me empurrando!

Só deu tempo de entrar no posto de gasolina no final da descida. Sentei na escadinha do restaurante e vi a chuva caindo no sentido horizontal  e o vento varrendo  tudo   no espaço entre as bombas de combustível (latas, tambores de lixo,  papéis, etc.)

Chuvas com ventania são comuns nesta região no mês de janeiro, pois recordo  outras chuvas parecidas já presenciadas em outras viagens, uma perto de Santa Inês e outra perto de São Bento.

O dia estava acabando e me instalei para dormir pendurando a rede debaixo de uma árvore.


No décimo dia, às cinco horas e trinta minutos eu já estava pronto para seguir, quando vi passar, lentamente, um caminhão em frente ao posto, ainda escuro, com uma carga de formato irregular.

Tendo saído do posto meia hora depois, quando amanheceu, encontrei o tal caminhão uns 30 km mais à frente.  Era uma carga de vidros, e, com a estrada toda esburacada, o caminhão parava a cada buraco para proteger a carga, de modo que eu era mais veloz que ele!


Passei o dia a lutar contra o vento, passei por Bacabal e Santa Inês e terminei o dia em Bom Jardim, entre Santa Inês e Zé Doca, onde me acomodei debaixo de uma carreta no posto de gasolina.

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