sexta-feira, 1 de maio de 2015

Minha primeira grande viagem (Búzios\Cachoeiro do Itapemirim)\ (12ª parte)

13\03\84. Acordei cedo. Carlos ainda dormia. Marcelo já tinha ido comprar pão e leite e ficou na frente da casa conversando com outros garotos. Atualizei o diário. Fiquei deitado no sofá, esperando Carlos acordar. Ele acordou por volta das dez horas. Fritou ovos e tomamos café.

 Conversamos um pouco, me despedi e segui viagem. Estrada boa, sem movimento. Uma paisagem muito linda. Passei por uma ponte levadiça. Depois, vi uns “pinnus eliottis” que cresceram inclinados por causa da ação do vento. Passei num lugar chamado Unimar. Havia muitas casas, sendo que a grande maioria estava desocupada. Passei numa e ganhei um sanduíche. Em Barra de São João havia uma ponte caída. Ganhei um pão e uma banana. Estava chovendo. Passei em Rio das Ostras e ganhei um pedaço de bolo, um copo de café e quatro laranjas.

Entrei em Macaé por volta das 17 horas. Fiquei andando pela cidade. Quando escureceu, passei numa casa e ganhei um abacate. Dei mais umas voltas. Começou a chover forte.  Debaixo de uma cobertura num ponto de táxi atualizei o diário. Eram 19:30. Depois das 20 horas, telefonei para mamãe e procurei o quartel da PM, em cujo alojamento consegui pernoitar.

14\03\84. Acordei às 7:15. Peguei a bicicleta e segui rumo a Campos. Andei uns 20 km por uma estrada de péssimo asfalto e sem acostamento, até encontrar a BR-101. Parei, comi as três laranjas-lima e o pão que me restava. Caiu uma chuva muito forte e muito fria. Na beira da estrada, só havia pastagens, gado bovino e canaviais.

 Andei uns 10 km e encontrei uma Kombi muito velha no acostamento. Conheci o Zé e o Ricardo. Eles trabalhavam com ferro velho e motores pifados. Estavam sem gasolina. Emprestei minha bicicleta e Ricardo foi até o posto mais próximo para comprar alguns litros. Pediram que eu pusesse a bicicleta na Kombi. Queriam dar uma carona até Vitória. Topei em ir até Cachoeiro do Itapemirim. Entrei na Kombi. Num posto da polícia rodoviária, Zé subornou um guarda com mil cruzeiros para não pagar uma multa por estar sem cinto de segurança. A paisagem continuou inalterada. Entramos em Campos. Uma cidade muito grande. Às margens do rio Paraíba do Sul, com águas muito avermelhadas, havia um trânsito muito intenso nas avenidas e nas pontes. Paramos numa lanchonete. Comi dois pastéis e tomei um refrigerante. Depois, fomos a uma borracharia para remendar um pneu. Continuamos a viagem. A mesma paisagem. Próximo à fronteira com o Espírito Santo, foram aparecendo árvores à beira da estrada. Também pude observar grandes plantações de café. Tivemos de parar porque o pneu estava furado novamente. Ricardo trocou o pneu furado por um sobressalente.


 Pouco antes do acesso para Cachoeiro do Itapemirim, Zé começou a instalar dois cintos de segurança para não ter problemas no próximo posto da Polícia Rodoviária. Fui até uma lanchonete com Ricardo. Tomamos um cafezinho. Terminada a instalação dos cintos de segurança, me despedi deles e entrei no acesso de 9 km até Cachoeiro do Itapemirim. Entrei e fui até o centro da cidade. Um relógio marcava 17:30.  Passei numa casa e ganhei um pedaço de pão. Noutra, ganhei um sanduíche com salamito. Numa outra, ganhei um prato de comida com feijão, arroz, salada e omeletes, muito apimentado. Tomei mais um copo com água e um pouco de café. Conversei um pouco com a moça e fui até o centro. Na beira do rio Itapemirim, atualizei o diário. Depois, fui até a Delegacia de Polícia pedir pernoite.   Fiquei batendo papo com os policiais e depois fui dormir no banco de um Passat.

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