Esta foi uma
viagem mais difícil
que o planejado.
Eu queria fazer
o percurso de
2100 km em 14
dias e voltar
de ônibus. Janeiro\2001.
Faltando poucos dias
para partir, eu
estava me sentindo
meio fraco. Não
me sentia cansado,
mas sem aquela
força de costume,
que por si
só já é
pouca. Comentei com
alguns clientes, e,
faltando dois dias para
a viagem, um
deles, ¨seu Natan¨, disse,
com todas as
letras: ameba.... Disse
que nem precisava
fazer exame nem
consultar médico; era
só tomar remédio.
Foi o que
fiz, só que as
amebas morreram mas
não tive tempo
de recuperar aquela
força.
Mesmo assim,
ajeitei uma caloi
barraforte que um amigo achou
enferrujando num terreno
baldio. Tempo de
chuva. No primeiro
dia, fui até Capanema,
mais ou menos
150 km, o desempenho
de costume. No
segundo, mais uns 180 km,
até Cajueiro, um
povoado a 12
km antes de
Maracaçumé-MA, na casa
do Zé Fortino (parada obrigatória).
Me disseram que
a BR de
Zé Doca até
Santa Inês estava
muito ruim e
que muitos motoristas estavam
indo por São
Bento, sendo que
adotei também esta
alternativa, pois a distância
era a mesma
e seria um
trecho novo para
mim, pois a
BR-3l6 até Teresina já
era minha conhecida
n vezes.
No terceiro dia,
de Cajueiro, fui
até Pinheiro, onde
pernoitei num hotel
(Central), que era
de um irmão de uma cliente
minha. No início
da noite, ao
tomar banho, me
vi num espelho,
e tive uma
surpresa: apesar de
ter andado 3
dias praticamente sob
chuva ininterrupta, eu
estava ¨torrado¨, um
alemão de olho
azul e cor
de mulato!
Quando fui dormir,
armei minha rede
garimpeira no quarto
indicado, e, com poucos
minutos, senti alguma
coisa que bateu
na minha rede.
Acendi a luz
e vi que
era um morcego.
Havia um bocado
deles na praça
José Sarney, em
frente ao hotel....
No quarto dia,
ao amanhecer, tomei
café, agradeci, e
segui viagem no
rumo de São
Bento. Pelo caminho,
parei algumas vezes
para comer azeitonas,
uma frutinha doce, comum
na região. Em
São Bento, lá
pelas 11 horas,
fiz uma merenda.
Depois, segui no
rumo de Vitória
do Mearim, onde
cheguei ao anoitecer.
Num trecho plano,
caiu um temporal,
eu a favor
da ventania, fiquei
animado e coloquei
a corrente da
bicicleta na coroa
grande (48). Pedalei forte
por uns 20
minutos e senti
uma dor na
virilha (distensão). Este trecho
de São Bento
a Vitória do
Mearim não tinha
lombadas, mas, estranhamente, em
trechos despovoados, deparei
com umas valetas
de 20 cm de
profundidade por 20
cm de largura,
como se fossem
lombadas do lado
avesso, sem nenhuma
sinalização. Por conta
disso, havia uma
Kombi e um caminhãozinho esperando o
mecânico...
Em Vitória do
Mearim, depois de
comprar pão e
merendar, já escuro,
andei mais dez
km e entrei
em Arari, onde
fui à feira
e arranjei um
lugar para pendurar
a rede junto
com os feirantes.
A partir deste
dia, além da
fraqueza, ainda ganhei
o problema da
virilha. Cada vez
que eu parava
de pedalar, mesmo
que fosse só
para dar uma
mijadinha , a dor
se manifestava e só parava
quando o corpo
aquecia. Assim sendo,
cada vez que
eu ia começar
a andar, fazia
dez agachamentos ao
lado da bicicleta,
prática esta que
funcionou muito bem.
Em compensação, a
chuvarada, afora aquele
temporal, acalmou e o sol se
fez presente.
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