18/10/87 Saímos às cinco e
pouco.
No entroncamento para Penedo e Arapiraca tomamos café numa padaria e
aproveitamos para pedir água. Mais adiante, na beira da estrada, comemos mamão
numa barraquinha.
No acesso para Porto Real do Colégio tomamos banho num posto de
gasolina.
Logo em seguida paramos na ponte sobre o Rio São Francisco.
Na entrada para Propriá, num trailer da fiscalização, encostamos as
bicicletas e eu fui buscar água num acampamento de ciganos.
Junto à torneira um cigano perguntou se eu não queria vender a minha
aliança.....
Os rapazes da fiscalização nos deram comida e ofereceram as instalações
do trailer se quiséssemos usar (fogão, cadeiras, etc.).
O fiscal Alberto deu um abrigo de mangas compridas Adidas para levarmos
junto (a Ilda que usou).
Continuamos o percurso em ritmo bem confortável e terminamos o dia num
posto próximo ao Km 40 (uns 65 km de Aracaju).
Neste dia os canaviais sumiram da nossa vista.
Por indicação de um funcionário do posto, fomos dormir numa casa de
fazer farinha.
19/10/87 Saímos por volta das 5h30min.
Andamos uns 10 km e tomamos café (cuscuz, inhame e ovos).
O acostamento todo destruído nos obrigava a andar mais devagar do que
lentamente.
Entramos num posto de gasolina e fizemos um lanche (2 americanos +
queijo).
Em Maruim, no posto telefônico, liguei para Nelson em Aracaju avisando
que chegaríamos por lá na parte da tarde.
Tomamos banho em outro posto e
chegamos ao Terminal Rodoviário de Aracaju às 13 horas. Descansamos e comemos
alguns picolés.
Telefonei novamente para Nelson. Fomos à residência dele e esperamos
até as 18 horas, quando ele e a esposa Fátima chegaram.
Jantamos, conversamos e fomos dormir.
20/10/87 Pela manhã eu e Ilda passeamos pela cidade de bicicleta e à
tarde ficamos no apartamento descansando.
21/10/87 Levantamos bem cedo e tomamos um café bem reforçado com Nelson
e Fátima.
Para levar, Fátima nos deu macarrão cozido com carne e batatas, latas
de ervilhas, sardinhas e leite condensado, alguns ovos cozidos e uma calça para
Ilda usar no frio.
Saímos às 6h50min. O céu estava com cara de chuva. Na beira da estrada
eu vi plantações de mandioca, milho, coqueirais e laranjais.
Eu estava com diarréia e por isso fizemos algumas paradas a mais.
Depois de passar por Estância descansamos na sombra de uma enorme
árvore e almoçamos.
Antes de chegar a Umbaúba tomamos banho num posto de gasolina e pedimos
água.
Com mais descidas do que subidas, passamos por Umbaúba e entramos em
Cristinápolis ao anoitecer.
No Posto Fiscal do IBDF conversamos com Zito, colega de Fátima.
Ele falou que poderíamos dormir na garagem da sua casa.
Ilda tomou
banho no posto fiscal e eu fui comprar bananas (nosso jantar).
Em frente à casa de Zito, sua mulher Helena tinha uma barraca de
frutas. Ela nos deu algumas laranjas. Conversamos um pouco com ela e as crianças
e fomos dormir.
Lá pelas 21 horas acordei com diarréia. Tudo quieto, fechado, a cidade
estava dormindo. Só deu tempo de sair da garagem e correr para um canteiro de
flores na casa da vizinha.
Depois, lá pela meia noite, levantei novamente mas não deu tempo de
chegar no canteiro de flores e eu fiquei todo cagado no meio da pista, de
calção, camisa e sandálias.
Eu não tinha a quem pedir ajuda e não podia voltar para a garagem.
Lembrei, então, que, na minha primeira viagem eu estive num posto de
gasolina no outro lado da cidade. Fui para lá, a pé.
Numa esquina estava um homem com uniforme da Itapemirim. Perguntou se
havia furado o pneu e eu contei a ele a minha situação. Ele falou que o posto
ainda estava funcionando.
Lá no posto expliquei a situação ao segurança. Ele se lembrou da outra
vez (1984) em que eu estive lá. Tomei banho (e a roupa também) e voltei para a
garagem.
Umas duas horas depois, aquele sintoma de urgência se manifestou
novamente. Desta vez nem pensei no canteiro de flores. Peguei a bicicleta e fui
rapidinho até o posto. O segurança de assustou com a minha chegada e chegou a
pegar a arma, mas logo entendeu a situação.
Cheguei a tempo ao banheiro e voltei à garagem.
22/10/87 Ao amanhecer, novamente aquele sintoma. Ouvi uma criança
dentro da casa de Zito e pedi para usar
o banheiro.
Quando saí, já havia uma xícara de chá pronta para tomar. Tomei e
fiquei curado.
Depois do café, nos despedimos e ganhamos alguns sanduíches que Helena preparou.
Antes de seguir viagem fomos comprar remédios. Quando as duas farmácias
abriram (São João e Sales) compramos Quadriderm para Ilda e Metiocolin para
mim.
Saímos da cidade às 7 horas. Andamos uns 6 km e entramos na Bahia. Mais
alguns km e pedimos água num posto de gasolina. Depois, merenda.
Passamos por Esplanada.
Uns 15 km antes de Entre Rios aceitamos uma carona.Era
uma carreta de transportes pesados que nos levou até a entrada de Alagoinhas.
Minha bicicleta, com a trepidação do caminhão, entortou a coroa. Em
Alagoinhas, na oficina Pedal de Ouro, o mecânico Tota endireitou a coroa e eu
paguei 50 cruzados.
Na saída para Catu, num posto de gasolina, comemos chibé e pedimos
água. Mais adiante, no alto de uma subida, paramos para descansar e comemos mamão
e beiju numa barraquinha.
Pouco mais adiante tomamos banho num riacho onde uma mulher e sua filha
descascavam mandioca.
Escureceu. Pedimos pernoite num posto do DER-BA e não deu certo.
Numa casa um homem gritou “aqui não tem nada pra ninguém”.
Seguimos pela escuridão quase só caminhando e chegamos a um povoado
(Campo Grande). Um senhor idoso de nome Justino nos deixou dormir numa pequena
casa que estava em fase final de construção.