30/04/84 Acordei às
6h0min. Na frente da delegacia, conversei com o Sr. Manoel Joao. Entrei no
prédio do revendedor Antarctica e pedi uma página do jornal de Natal que tinha
um artigo sobre a minha viagem. Voltei à delegacia, peguei a bicicleta e comi
cuscuz com leite trazido pela esposa de Manoel Joao. Atualizei o diário, me
despedi do pessoal e segui viagem. Ainda ganhei mil cruzeiros de Manoel Joao “para
comprar umas bananas”.
Tendo andado uns 4 km,
encontrei o pastor andando de bicicleta. Ele estava indo a um lugarejo mais
adiante. Seguimos juntos e conversamos animadamente até que nossos rumos se
desviaram e tivemos que nos despedir.
Senti um forte cheiro
de pêssego que saía de uns arbustos que tinham florzinhas amarelas.
Faltando dez km para
Açu, entrei num acesso até uma grande barragem, inaugurada em maio/83. Com
capacidade para tres e meio bilhões de metros cúbicos de água, a barragem estava,
de acordo com o medidor, com um e meio bilhão. Bati uma foto e segui viagem.
Entrei em Açu por volta
das onze horas. Tomei um banho num posto de gasolina. Procurei uma oficina de
bicicletas e pedi uma revisão nos eixos central e traseiro.
Fui pedir alimentos e ganhei bolachas, bananas
e laranjas. Na casa do Sr. Aurino, fui convidado a entrar e almocei feijão, arroz,
carne e suco. O Sr. Aurino ligou para a Rádio Princesa do Vale e fui
entrevistado ao vivo via telefone. Ganhei um envelope. Johannes Valério, filho
do Sr. Aurino, fazia muitas perguntas. Ele tinha nove anos. Mostrou dois álbuns
de fotografias, sendo que, num deles, em todas as fotos, ele estava com uma
camisa do Corinthians.
Depois da despedida fui
ao correio despachar alguns aerogramas, sendo que Johannes me acompanhou com a
sua bicicleta e depois voltou para casa.
Na saída da cidade, ainda pedi alimento numa
casa e ganhei uma banana muito grossa chamada Tres Quinas e um prato com arroz,
farinha, carne, tomate e cebola.
Segui viagem. Faltando
uns doze km para Mossoró, encontrei
outro rapaz de bicicleta e o acompanhei. Tinha uma grande caixa amarrada na
garupa. Enquanto conversávamos, ele me deu dois pãezinhos que comi
imediatamente.
Entramos em Mossoró já
escuro. Ele seguiu e eu parei num posto de gasolina. Comi as bolachas e as duas
laranjas que eu tinha.
Andei pela cidade. Tinha umas pontes. Era
plana e achei bonita. Pedi alimento numa casa e ganhei alguns pãezinhos que
comi numa praça em frente à delegacia de polícia.
Em seguida, entrei na delegacia, pedi um lugar
para dormir e tomei banho. Um rapaz me serviu uma marmita com arroz e farofa.
Depois, ainda ganhei um pão e um copo com café. Enquanto comia o pão, quebrei
um pedaço de um dente molar.
Atualizei o diário.
Fiquei um pouco ainda conversando em frente à delegacia e depois fui dormir
numa cama próxima às celas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Quer comentar?