08\03\84. Acordei ao nascer do dia. Christiane levantou por volta das
seis horas. Tomamos café e fomos até a parada de ônibus. Christiane tirou uma
foto de mim. Na despedida, Christiane
entrou no ônibus e eu fui rumo ao centro com a minha bicicleta. Estava levando
uma camiseta, três chocolates e dois mil cruzeiros que ganhei dela.
Chegando ao centro, fui até o escritório da CGE, na Av. Presidente
Vargas, falei com Elza e escrevi uma carta para os ex-colegas da CGE de Porto Alegre.
Depois que saí do escritório, entrei numa lanchonete onde aconteceu
aquela história que postei com o título “O Tomador de Batidas”.
Em seguida, fui até a Tijuca visitar
Elaine, uma amiga do Barriga. Ela estava
trabalhando. Conversei um pouco com a mãe a avó e a irmã de Elaine.
Segui rumo a São Gonçalo, onde
procuraria a casa de Jorge. Quando cheguei à ponte Rio-Niterói, fui impedido
pela segurança de seguir adiante. Fui orientado a arranjar carona com um
caminhão, o qual, além de me levar até o outro lado (14 km), atravessou toda a
cidade de Niterói e me deixou num lugar chamado Tribobó. Andei mais alguns km e
cheguei a São Gonçalo.
Fui até a casa de Jorge. Fui
recebido por Marena, sua irmã. Telefonei para Marta e informei que havia
chegado. Tomei um banho e fiz um lanche. Levei a bicicleta até uma oficina para
uma revisão completa. Voltei à casa de Jorge. Atualizei o diário e Marena leu
tudo de uma só vez. Fiquei impressionado com a atenção que ela lia. Depois, ela
foi até uma quitanda e eu fiquei na casa olhando TV. Marena preparou o jantar.
Fiquei observando. De tempos em tempos chegava alguém para conversar com
Marena. Jantamos. Fomos até a sala olhar TV. Jorge chegou por volta das 23
horas. Assisti até o final de um filme e fui dormir.
09\03\84. Acordei por volta das dez horas. Tomei café e fiquei pela
casa. Escrevi alguns aerogramas.
Almoçamos. Depois do almoço, deitei e adormeci. Acordei por volta das 15
horas.
Fui até a oficina, retirei a
bicicleta e fui dar umas voltas pelo centro da cidade. Passei no correio e
despachei os aerogramas. Voltei até a casa. Comi um chocolate, tomei leite,
brinquei um pouco com os garotos. Fui até uma praça e vi a rapaziada batendo
bola. Voltei, assisti um pouco de TV e tomei banho. Atualizei o diário. Jantamos.
Voltei à praça. Vi umas pessoas muito animadas ao redor de uma mesa. Estavam jogando Fla-Flu. Havia alguns pares de namorados na praça.
Retornei à casa de Jorge. Assisti um pouco de TV e fui dormir
No meio da noite, levantei para ir ao banheiro e encontrei Jorge
acordado. Conversei um pouco com ele. Ele me deu um boné e cinco mil cruzeiros.
Voltei à cama.
10\03\84. Acordei às 7:30. Marena ainda estava dormindo. Peguei minhas
coisas e coloquei na caixa da bicicleta. Fiquei aguardando Marena levantar. Ela
levantou alguns minutos antes das nove. Tomamos café. Ela foi até a praça pegar
um ônibus para Niterói. Agradeci a estadia e segui rumo a Saquarema.
Passei por Alcântara e Tribobó. Em Maricá, entrei. Numa praça, onde havia
música, comi um pouco. Marena havia me dado peras, maçãs e bolachas antes de
sair. As peras eram de um tipo que eu não havia conhecido ainda. Eram bem
macias, doces e suculentas. Continuei. Em Sampaio Correia, também fui a uma
praça e comi mais um pouco. Mais adiante, num posto Atlantic, descansei e comi
mais alguma coisa. Passei por Bacaxá e segui mais 6 km até Saquarema. Uma
lagoa, o mar, prédios antigos, pescadores e banhistas. Mulheres muito bonitas.
Dei umas voltas na cidade, tomei um banho na lagoa. Era tão rasa que, entrando 30
metros, a altura da água era de um palmo. Conversei com algumas pessoas e
atualizei o diário. Já era noite. Parei
numa esquina e fiquei observando. Depois, fui até a delegacia de polícia. Dormi
numa cela que estava desocupada. Atualizei o diário. Comi uma maçã que havia
sobrado na caixa. Ganhei uma marmita com peixe, batatas fritas, arroz e
vagens. Comi e deitei num colchão que o
delegado trouxe para mim. Não eram ainda 20 horas.
11\03\84. Acordei às cinco horas. Fui até a frente da delegacia,
sentei-me na escada e observei o movimento na rua. Voltei e dormi até as 8:30.
Peguei a bicicleta, me despedi e
segui viagem. Passei por Bacaxá. Em Araruama, dei umas voltas pela cidade e
passei numa casa, onde ganhei um pedaço de pão e uma cocada. Na saída da cidade
havia uma praia à beira da lagoa. Vi muitos banhistas. Prossegui.
Em Iguaba Grande, que se
estendia à beira da lagoa, tomei um banho numa praia. Procurei o Sr. Célio,
amigo do Barriga. Conversei com ele e mais algumas pessoas. Ganhei um
cachorro-quente. Continuei. Em São Pedro da Aldeia, tomei outro banho na lagoa. Passei numa casa e ganhei
bananas e maçãs. Fui até Cabo Frio. Já era comum se ver salinas na beira da
estrada. Dei umas voltas em Cabo Frio, passei em algumas casas. Ganhei pão,
bananas e laranjas. Ao anoitecer, fui até Arraial do Cabo. Na beira da estrada,
havia dunas de areia, cactus e salinas. Em Arraial do Cabo, passei numa casa e
ganhei um pão com carne e cebolas e uma gostosa limonada. Passei na
Churrascaria Gaúcha, conversei com Luiz Sérgio. Ele mandou me servirem um
jantar. Comi fartamente. Depois, fiquei em frente à churrascaria conversando e
atualizei o diário. Depois fui dar umas voltas. Muita gente nas ruas. Na praça,
nos bares, nas casas de fliperama. Voltei à churrascaria, tomei um banho e fui
dormir no depósito de bebidas, em cima de uma lona verde. Junto comigo,
dormiram dois cachorros.
12\03\84. Acordei cedo. Tomei café, me despedi de Luiz Sérgio e segui.
Passei por dentro de Cabo Frio e segui até Búzios por uma estrada que tinha
asfalto, pedras, areia e chão vermelho. Dei umas voltas em Búzios. Passei numa
casa e ganhei bananas e salgadinhos. Fui até uma praça e comi. Fui até a praia
dos Ossos, onde tomei um banho. A água estava fria. Depois, no bairro de
Manguinhos, passei numa casa. O rapaz que me atendeu, Carlos, convidou para
entrar, serviu tomate, leite e fritou um ovo. Depois, preparou arroz e salada, fritou mais ovos, e almoçamos.
Carlos era artesão. Ficava em Búzios, na sua casa, durante nove meses,
preparando seus produtos para vender no litoral do Peru durante a época de
veraneio.
Depois, veio um garoto gordinho,
Marcelo. Fomos nós três até a praia de Geribá. Depois, entramos por um caminho
no meio do mato e saímos na praia da Ferradurinha. Tomamos um banho, voltamos
pelo mato, paramos numa casa onde morava um amigo de Carlos, Vaci. Saímos do
mato. Na praia de Geribá, pegamos uns cascudinhos chamados Tatuí. Depois,
voltamos para casa. Marcelo preparou os cascudinhos. Jantamos. Tatuí com
farinha, arroz e banana. Depois, Marcelo lavou a louça e eu atualizei o diário. Fui convidado para dormir na casa.
Topei. Depois, eu e Carlos fomos até o centro. Ficamos num restaurante chamado
Cecilia’s. Fomos de bicicleta. Comecei a sentir frio. Perto da meia-noite,
voltamos e fomos dormir. Um gatinho preto dividiu o sofá comigo.
A travessia da ponte: quando o segurança que estava numa guarita bem no meio das duas pistas mandou-me parar, aleguei que, como estivesse indo para muito longe, e já tendo andado na Via Anchieta, onde também não era permitido.... O segurança, no entanto, disse que o risco era grande para mim e opinou que eu poderia dar a volta na baía ou atravessar de lancha. No final ele disse que eu poderia ir de carona em algum caminhão, e eu respondi “ninguém me conhece aqui”, mas ele insistiu e falou para ir ali embaixo do viaduto e pedir carona. E, desanimado, segui a orientação dele. O primeiro caminhão que veio parou e topou dar carona. No vão central, a 70 m de altura do nível da água, ele soltou a direção e o caminhão foi nitidamente empurrado para o lado pelo vento. O motorista então falou que este vento era o maior risco que havia.
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