quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A volta de Matapiquara


Um domingo destes, mais ou menos em 2010, fui dar uma volta grande para um dia (quase  300 km).
Saí de casa às 4:30, no escuro.  Para melhorar o desempenho, regulei o selim bem alto e bem para frente, jogando mais peso para o guidão. Cheguei a Castanhal antes das 8 horas. Eu estava levando queijo cortado em cubinhos para ir comendo aos poucos.
Na saída de Castanhal para São Francisco, encontrei um ciclista muito gordo, andando numa bicicleta speed, numa marcha muito pesada. Fiquei seguindo ele de perto por uns 8 km, quando ele fez meia volta e retornou para Castanhal. Os meus punhos estavam inchados por causa da regulagem do selim, mas não quis mexer na bicicleta. 
Quando passei por São Francisco, o vento já estava muito forte (contra), mas eu estava focado, naquele dia, a vencer o percurso escolhido.
Precisamente às 10:30, 105 km pedalados, estava eu saindo de Igarapé Açu para Maracanã. Andei uns 15 km e entrei para a esquerda, no rumo de Magalhães Barata. A estrada, a partir daí, estava sendo asfaltada.
Com mais 11 km, entrei novamente para a esquerda, e, mais 6 km, passei na entrada de Matapiquara, e, mais 4 km, cheguei na ponte sobre o Rio Marapanim, e parei num bar na entrada de Cristolândia. Lá fiz uma merenda com biscoitos e o queijo que eu levava. O queijo já estava quase derretendo por causa do calor, sendo que dei o resto para uns papudinhos que estavam no bar.
Eram 13:25 quando saí de Cristolândia para o km 50 da estrada de Curuçá. Foram 34 km de piçarra com costelas de vaca em alguns trechos, pedras soltas e areia em outros. Os últimos 8 km, de Vila Maú em diante, estavam asfaltados, sendo que o asfalto, novo, ainda estava coberto por uma camada de areia (bem no meio da pista a camada de areia era mais fina).
Às 15:20, 175 km percorridos, no km 50 da estrada de Curuçá, dobrei à esquerda, rumo a Castanhal, para percorrer os últimos 113 km de volta para casa. Os meus punhos pareciam mais  inchados, mas eu já havia acostumado.  Encontrei dois ciclistas que vinham de Marudá e iam para Belém, mas fariam o percurso só até Castanhal, onde embarcariam no ônibus. Eles estavam mais rápidos que eu, sendo que, depois de uns 3 km de conversa, nos despedimos e eu fiquei para trás.
Com vento a favor, cheguei a Castanhal às 17:56. Vi um orelhão na calçada e resolvi dar uma ligada para casa informando minha situação. Como eu já estivesse passando pelo orelhão, estando só com uma mão no guidão, freei bruscamente, me desequilibrei e caí no meio da pista. Não me machuquei, mas foi uma autêntica vídeo-cassetada.
Faltando 53 km para chegar a minha casa, escureceu e começou a chover. Usei uma lanterna de cabeça e, a partir daí, continuei andando mais devagar. Parecia que a energia havia acabado. Como sou privilegiado e isento de cãibras, fui seguindo a 13 ou 14 km\hora, sendo que cheguei  às 22:30.
Além do queijo, comprei outras merendas em São Francisco, Igarapé Açu e Cristolândia.
No dia seguinte, trabalhei normalmente e não senti nada; mas, na terça-feira, ao meio-dia, a canseira se manifestou. (ainda não sei por que, mas já notei outras vezes que a canseira leva umas 36 horas para se manifestar).

288 km em 18 horas. Meu recorde anterior era 276 km em 17 horas e 10 minutos (ponte sobre o rio Gurupi até minha casa) , em fevereiro de 1998.

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