quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Mutucas, muriçocas, borrachudos

Aqui no Pará, nas estradas do interior, é comum haver mutucas em janeiro. Basta andar devagar, ou parar por qualquer motivo, e logo tem umas 3 ou quatro mordendo a perna da gente. Não dói muito, mas incomoda.
Lá no litoral de São Paulo, entre Bertioga e Perequê, eu e a Ilda passávamos de bicicleta quando vieram centenas de mutucas. Em vez de morderem nas pernas, elas queriam ficar nas nossas cabeças. Eram tantas que não dava nem para abrir os olhos.
Sofremos por uns dez minutos. Não adiantava correr. Vimos uma fumaça de um capinzal que estava queimando e fomos bem para o meio dela. As mutucas nos deixaram!


As muriçocas são um tipo de mosquito que morde a gente por cima de calça jeans, rede, e não respeitam repelente.  
Estava eu em Parnaíba, ao anoitecer, conversando com alguns motoristas de táxi no centro da cidade, e os bichinhos mordiam sem parar.
Como eu ainda não conhecia, perguntei aos taxistas e eles disseram que era a tal muriçoca e ficaram admirados que não houvesse em Belém. Respondi que, nem em Belém e nem em qualquer outro lugar onde eu já havia passado por meio Brasil. Temendo  muito desconforto, desisti de dormir na cidade e voltei 6 km na BR até um posto de gasolina, onde, ao invés de muriçocas, havia milhares de mariposas amarelas em qualquer lugar onde estivesse alguma luz acesa. Porém, elas não mordiam e não estavam debaixo da carreta onde pendurei a rede para dormir.
Alguns anos depois, tive o desprazer de constatar na pele a presença das muriçocas na BR-101, na entrada de Tubarão-SC, sendo que, desta vez, tive que aturá-las a noite inteira.



O borrachudo, na Rio-Santos, é o mais perigoso. A mordida dói muito, mas dá pra usar repelente. Se a gente coçar no local onde foi mordido, pode aparecer uma enorme ferida  que vai levar meses para sarar. Conheci, num posto de gasolina, um caminhoneiro que tinha um curativo na perna. Perguntei se ele havia queimado na descarga da moto. Ele disse: ¨um borrachudo  me mordeu  lá em Hortolândia...¨. A ferida tinha mais de dois meses.

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