Aqui no Pará, nas estradas do
interior, é comum haver mutucas em janeiro. Basta andar devagar, ou parar por
qualquer motivo, e logo tem umas 3 ou quatro mordendo a perna da gente. Não dói
muito, mas incomoda.
Lá no litoral de São Paulo, entre
Bertioga e Perequê, eu e a Ilda passávamos de bicicleta quando vieram centenas
de mutucas. Em vez de morderem nas pernas, elas queriam ficar nas nossas
cabeças. Eram tantas que não dava nem para abrir os olhos.
Sofremos por uns dez minutos. Não
adiantava correr. Vimos uma fumaça de um capinzal que estava queimando e fomos
bem para o meio dela. As mutucas nos deixaram!

Estava eu em Parnaíba, ao
anoitecer, conversando com alguns motoristas de táxi no centro da cidade, e os bichinhos
mordiam sem parar.
Como eu ainda não conhecia,
perguntei aos taxistas e eles disseram que era a tal muriçoca e ficaram
admirados que não houvesse em Belém. Respondi que, nem em Belém e nem em
qualquer outro lugar onde eu já havia passado por meio Brasil. Temendo muito desconforto, desisti de dormir na
cidade e voltei 6 km na BR até um posto de gasolina, onde, ao invés de
muriçocas, havia milhares de mariposas amarelas em qualquer lugar onde
estivesse alguma luz acesa. Porém, elas não mordiam e não estavam debaixo da
carreta onde pendurei a rede para dormir.
Alguns anos depois, tive o
desprazer de constatar na pele a presença das muriçocas na BR-101, na entrada
de Tubarão-SC, sendo que, desta vez, tive que aturá-las a noite inteira.

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