domingo, 27 de agosto de 2017

Minha segunda grande viagem/lua de mel - 12ª parte (Recife-PE/Matriz de Camaragibe/AL)

14/10/87 Saímos do apartamento de André levando farinha, sardinhas, milho e ervilhas em conserva e macarrão cozido.
Com trânsito muito intenso e péssimo acostamento passamos por Jaboatão e Cabo.

Depois de Cabo, saímos da BR-101 e seguimos pela estrada do litoral.
Muitas curvas, subidas e descidas em sequência e canaviais.

Em Ipojuca pedimos água num restaurante. Mas adiante paramos por um longo tempo para almoçar e descansar.

Passamos por Rio Formoso e andamos mais uns seis km, quando paramos num posto de gasolina porque estava anoitecendo.

Dormimos com as redes penduradas num caminhão.
Movimento do posto à noite absolutamente nenhum.


15/10/87 Acordamos às 4h30min ouvindo muita gente conversando alto do outro lado do caminhão. Eram dezenas de trabalhadores aguardando o transporte para ir trabalhar nos canaviais.

Levantamos e ganhamos caldo de cana.

Saímos do posto e continuamos no mesmo sobe e desce no meio dos canaviais.

Num posto de gasolina perto de Barreiras pedimos água.

Pouco depois a estrada se aproximou do mar e tornou-se mais plana. Sumiram os canaviais e apareceram coqueiros, mangueiras e outras árvores frutíferas.

Em São José da Coroa Grande vimos o mar azul. Logo em seguida tomamos banho em um riacho.

Entramos em Maragogi (Alagoas) às dez e pouco. Na praça central, onde havia música de alto-falante, fizemos uma refeição com pão, leite e margarina.

Seguindo, passamos por Japaratinga. Depois, entramos novamente no sobe e desce por entre canaviais.

Na entrada de Porto Calvo pedimos água. Um funcionário do posto de gasolina esticou a corrente da bicicleta de Ilda (estava caindo com muita frequência).

Em Matriz de Camaragibe, numa lanchonete, comemos dois sanduíches.

Andamos mais uns dez km e começou as escurecer. Vimos uma estradinha de terra e algumas pessoas seguindo a pé. Entramos por ela e com menos de 1 km chegamos a uma vila de casas pequenas numa rua de uns 200 m. Já escuro, perguntei a quem poderia pedir um lugar para dormir. 

Mandaram ir até a casa do administrador (a última).
Ele falou que só poderíamos nos alojar no vestiário do campo de futebol. Ele nos deu a chave.


Dormimos praticamente sentados (o vestiário era menor que 2x2 metros).

domingo, 13 de agosto de 2017

Viagem janeiro/17 - 5ª parte (Presidente Kennedy-TO/Porangatu-GO)

09/01 Levantei antes das seis horas e fui ao restaurante informar que havia desocupado o quarto.

Enchi as garrafas de água, comi umas bolachas e segui viagem. Já era o oitavo dia de viagem. O corpo estava cansado e ao mesmo tempo cheio de disposição. A vontade de andar mais e mais era quase um vício.

Em Guaraí entrei num supermercado e comprei bananas e leite.

Num posto de gasolina (Tabocão) fiz uma merenda com um salgado e um copo de café.

O café não podia fazer falta. Todos os dias, entre 11 e 15 horas, com o calor e a intensa claridade, eu me sentia sonolento.

Entrei em Barrolândia no início da noite. Jantei num restaurante pequeno com 15 reais e achei a comida muito ruim.

Fui ao posto de gasolina (Carreteiro) e constatei que havia comida boa por 12 reais. Paguei 5 reais para tomar banho e consegui dormir com a rede debaixo de um caminhão baú.




10/01 Neste dia encontrei muitas subidas que achei bonitas.

 Passei por Paraíso do Tocantins (comprei bananas e leite), Pugmil, Nova Rosalândia, Fátima e, antes das 18 horas parei no posto de gasolina em Santa Rita do Tocantins.

O motorista de um triplo baú de biscoitos (vazio), me fotografou, mandou para minha filha pelo “ zap-zap” e conversou com ela.

Jantei num restaurante indicado pelo funcionário do posto e dormi dentro do baú de biscoitos junto com outro andarilho que estava indo para o sul do Pará (PA-150).

Consumo do dia: bolachas, bolo + café, salgado + café, leite, bananas e prato feito (PF).



11/01 Levantei, tomei café, comi um salgado e segui. 


As subidas pareciam cada vez mais difíceis, mas eu ia subindo uma de cada vez...


Passei por Crixás do Tocantins.

 Em Aliança do Tocantins, já com 1300 km percorridos, fui a uma oficina de bicicletas e pedi para trocarem a corrente (procedimento planejado antes da viagem).

Com dificuldade fui até Gurupi, Depois de Gurupi, a estrada rumou mais para a esquerda (leste) e senti por vários km o vento a favor.

Passei por Cariri do Tocantins e cheguei às 18h35min em Figueirópolis. Jantei num restaurante antes de chegar ao posto Shell.

No posto tomei banho. Um funcionário indicou um caminhão nos fundos do posto (área coberta) para pendurar a rede e dormir.

Consumo do dia: salgado + café, leite, vitamina de abacate, bananas, bolachas, café + paçoca, prato feito.




12/01 Um copo de café mais um salgado na lanchonete do posto, as duas garrafas cheias de águas, e lá fui eu comer mais quilômetros.

Passei por Alvorada.

 Em Talismã o pneu furou. Um funcionário do posto de gasolina onde parei se mostrou um tanto hostil.

 Seguindo com o pneu furado, entrei num mercadinho, comprei bananas e perguntei por alguma oficina. A funcionária informou que eu encontraria a oficina mais à frente, logo depois de um supermercado.

Lá chegando, o pessoal informou que, por não haver mais mecânico, a oficina não funcionava mais.

Neste caso, eu mesmo troquei a câmara (4 arames/dois furos). O dono tirou fotos, fez um vídeo e mandou para a minha casa.

Aproveitei a parada e regulei o câmbio para poder usar a catraca 28. A maior que eu usava era a 24.

Seguindo viagem, já uns 30 a 40 km dentro de Goiás, parei num posto BR onde eu já havia dormido uma vez pendurando a rede num bambuzal.

Na lanchonete, uma moça gestante com uma enorme barriga me atendeu com incrível solicitude. A moça não cobrou pelo lanche, tirou fotos com o celular e recomendou que eu seguisse até o outro posto BR, já depois de Porangatu uns 10 km.

E lá fui eu. Ainda andei uns 40 minutos no escuro para chegar lá.   

O motorista de um baú frigorífico ficou cuidando da minha bicicleta enquanto eu tomei banho.

Quando voltei, ele me convidou para jantar e cozinhou alguns pacotinhos de macarrão instantâneo. O motorista falou que foi jogador de futebol (no Coritiba se não me engano) e que parou por causa dos joelhos que não tinham mais cartilagem. Disse que caminhar 50 metros sem interrupção causa muita dor nos joelhos, mas para dirigir o caminhão ele não sente nada. Tinha 65 anos e ofereceu carona até Goiânia (400 km).

Outro caminhoneiro, de um baú vazio, de Gaspar-SC, arranjou dois ganchos e ajudou a pendurar a rede no caminhão dele (estava ao lado do baú frigorífico).
Ele também ofereceu a mesma carona.

Acabei aceitando a segunda proposta, pois a bicicleta iria amarrada em cima do estepe no baú frigorífico.


Eu tinha projetado percorrer 150 km por dia. No final deste dia, pelas minhas contas, eu estava 51 km atrasado (1599 km em 11 dias).




Passeio 100 km (Alça Viária/BR=316)

Hoje resolvi dar um passeio mais curto.
Eu queria andar só uns 100 km.
Fui pela Alça Viária até o km 14 e voltei. Apesar do movimento estar razoável (uns 4 carros por minuto), achei muito sossegado este trecho.
Na BR, no entanto, muitos carros (uns 30 por minuto). 
Em Marituba, todas as paradas de ônibus com muitas pessoas aguardando transporte.Depois de Marituba, muita gente nos cemitérios próximos à BR.
Na saída de Santa Izabel uma adolescente pediu dinheiro alegando estar com fome e eu dei  seis bolachas para ela. Cinco minutos depois, encontrei 4 reais no acostamento.
Fui até 4 km além de Santa Izabel (lá onde está pintado o número 2000 no acostamento) e voltei.
Eu estava usando uma camisa preta de mangas compridas (não térmica) e suei muito. 
Cheguei em casa antes das 15 horas. 
Tempo gasto: 6 horas e 38 minutos. Consumo: 23 bolachas maria e 3,4 litros de água.

domingo, 6 de agosto de 2017

Minha segunda grande viagem/lua de mel - 11ª parte (Pitanga da Beira da Estrada/Recife)

09/10/87 Acordamos cedo, deixamos a chave na casa do Sr. Carlito e saímos às cinco horas.

Encontramos subidas e descidas longas. No alto de uma subida, numa tendinha, ganhamos e comemos dois abacaxis.

Mais adiante descansamos e chupamos cana.Ilda ficou bastante tempo tentando aproximação com uns macaquinhos que estavam nas árvores.

Em Mamanguape, num posto de gasolina, tomamos café com leite + bolo e pedimos água.

Na sombra de outra árvore descansamos novamente e comemos rapadura. 

Na entrada de Bayeux tomamos banho em dois postos de gasolina e telefonei para Elmo avisando que estávamos chegando (em seguida entramos em João Pessoa).

Na casa de Elmo e Simone tomamos banho. Almoçamos e ficamos o resto do dia na casa. Telefonei para André Luiz e Nestor em Recife.




10/10/87 Pela manhã fomos despachar correspondência e dar entrevista ao jornal “O Norte”.

Tiramos fotos junto à lagoa e fomos visitar Dona Lié no Distrito Industrial. Conversamos com ela e                                                        Patrícia e almoçamos.





 Deixamos as bicicletas e voltamos de ônibus à casa de Elmo.

No final do dia Elmo nos levou de carro à casa de Dona Lié e se despediu de nós.

 Sob as atenções de Dona Lié e Patrícia, nos alimentamos fartamente e fomos dormir.

11/10/87 Levantamos às 4 e pouco. Acordei Patrícia que preparou o café.

Partimos às 5 horas levando macarrão pronto, ovos cozidos e mais macarrão em pacotes que ganhamos de Elmo e Dona Lié.

Estava chovendo. Muitos banhos de chuva neste dia.

Canaviais em todo o percurso.

Além dos canaviais. até a divisa PB/PE, muitos cajueiros.

Depois da divisa, uma longa descida e passamos por Goiana. 
Mais adiante, descansamos e almoçamos debaixo de umas árvores. Ilda ficou novamente tentando se comunicar com alguns macaquinhos.

Perto de Igarassu Ilda tomou banho num açude.

 De Igarassu até Abreu e Lima passamos por um trecho muito ruim (movimento intenso + péssimo acostamento).

Passamos perto de Paulista e entramos em Recife às 16 horas. Procuramos o apartamento de Nestor.Lá nos instalamos e jantamos.À noite liguei para mamãe e Jerônimo.


12 e 13/10/87 Descansamos e passeamos em Recife. Com Nestor e família estivemos em Olinda, depois no clube Chesf (festa das crianças).

Visitamos a residência de André e Neide; estivemos na praia da Boa Viagem e encontrei dois conterrâneos de Venâncio Aires na filial do Expresso Cruzador.(Roque Führ e Mauro Wünsch). Dormimos no apartamento de André e Neide. 









terça-feira, 1 de agosto de 2017

Passeio 200 km (Acará)

Anteontem (30 de julho) resolvi dar um passeio de dia inteiro.
Saí de casa com a “monstrobike” levando 6 litros de água, um pacote de bolachas e as ferramentas de manutenção.
Escolhi ir para os lados do Acará por que a BR estaria muito congestionada. No km 14 da Alça Viária passou por mim um grupo de uns 20 ciclistas de competição; estavam andando aproximadamente o dobro da minha velocidade. Vi eles voltarem mais tarde, entre os km 20 e 30, divididos em dois grupos e alguns isolados.
No km 40 parou uma ambulância e o motorista que foi meu vizinho por muitos anos ofereceu carona (obviamente não aceitei).
Cheguei à perna sul às 9h15min (estava andando na média de 16 km/hora). A partir daí o calor e as subidas enganadoras dificultaram o deslocamento. Cheguei no Acará às 12h35min.
Sentei num banco, comi cinco bolachas e voltei.
Passando pela ponte do rio Itapecuru, na perna sul, um rapaz me chamou lá do barranco. Ele falou que me conhece lá de Belém. Ofereceu água e merenda, mas eu falei que tinha tudo na caixa da bicicleta.
No km 41 comprei queijo e refrigerante num comércio e descansei por 8 minutos (o calor estava incomodando).
Na subida da ponte do Rio Guamá, uma fila de carros passando por mim, uma mulher gritou de um deles “aí pai da Lidiane”  e logo atrás veio outro carro com a própria Lidiane que conversou meia dúzia de palavras na passagem.
Nos últimos 15 km, usei minha faixa reflexiva e duas lanternas para andar no escuro.
A Alça Viária, por causa das subidas acentuadas, embora curtas, cansa muito os ciclistas menos treinados. É comum encontrar ciclistas voltando com sinais de esgotamento físico.
Entrei na minha casa às 19h38min.
Consumo do passeio: 29 bolachas maria, 5,9 litros de água, 170 g de queijo e 600 ml de refrigerante.

Na foto o velho ciclista curtido pelo sol, sujo e “cheiroso” na hora da chegada.