19/05/84 Acordei às 5h30min
e segui viagem.
Passei por alguns povoados e entrei em
Miranda. Pedi alimentos em duas residências e não ganhei nada. Comprei um litro
de leite longa vida, bebi e segui até Arari.
Na beira da estrada, plantações de arroz. Em
Arari, um sistema de alto-falantes instalado sobre o prédio da Prefeitura
Municipal fazia um barulho perturbador. Pedi alimentos em algumas casas e
ganhei pão, bolachas, bananas e 500 cruzeiros.
Atravessei a ponte sobre o rio Mearim e segui
até Vitória do Mearim (10 km de reta com
água dos dois lados da pista). Pedi alimentos em duas casas e não ganhei nada.
Comprei sardinhas e pão e fui comer na beira do rio.
Depois, um banho no rio,
algumas pedaladas pelas ruas e uma parada num posto de gasolina onde atualizei
o diário.
Por indicação de um funcionário do posto, fui
a uma livraria e pedi um exemplar do jornal “O Estado do Maranhão” que continha
uma reportagem sobre a minha viagem. O dono, Sr. José Walter Nunes, deu o
exemplar do jornal, um copo de leite, um prato de comida (arroz, carne,
macarrão e farinha) e mais mil cruzeiros.
Pedalei mais um pouco pela cidade e fiquei um
tempo numa praça. Caiu uma chuva e me permiti ficar molhado. Eu estava muito
confiante na minha saúde e na realização da minha fantasia, pois faltavam
poucos dias para chegar a Belém. Pedi alimento em outra casa e ganhei bolo e
refresco (Tang).
Depois, pedi pernoite na Delegacia de Polícia.
Fui convidado a acompanhei três policiais a um restaurante e ganhei feijão,
arroz, macarrão e carne. Na volta, dormi numa rede, mas, me sentindo
desconfortável, me dei ao luxo de passar para uma cama.
(Neste dia, em Vitória
do Mearim, na beira do rio, vi várias casas e ruas do outro lado, mas não vi
nenhuma ponte para chegar lá. Só fui entender um ano depois, vendo o noticiário
na TV, uma parte da cidade estava debaixo da água por causa da enchente)
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