domingo, 26 de junho de 2016

Minha primeira grande viagem (Santa Rita/Vitória do Mearim) (35ª parte)

19/05/84 Acordei às 5h30min e segui viagem.

 Passei por alguns povoados e entrei em Miranda. Pedi alimentos em duas residências e não ganhei nada. Comprei um litro de leite longa vida, bebi e segui até Arari.

 Na beira da estrada, plantações de arroz. Em Arari, um sistema de alto-falantes instalado sobre o prédio da Prefeitura Municipal fazia um barulho perturbador. Pedi alimentos em algumas casas e ganhei pão, bolachas, bananas e 500 cruzeiros.

 Atravessei a ponte sobre o rio Mearim e segui até Vitória do Mearim (10 km  de reta com água dos dois lados da pista). Pedi alimentos em duas casas e não ganhei nada. Comprei sardinhas e pão e fui comer na beira do rio. 

Depois, um banho no rio, algumas pedaladas pelas ruas e uma parada num posto de gasolina onde atualizei o diário.

 Por indicação de um funcionário do posto, fui a uma livraria e pedi um exemplar do jornal “O Estado do Maranhão” que continha uma reportagem sobre a minha viagem. O dono, Sr. José Walter Nunes, deu o exemplar do jornal, um copo de leite, um prato de comida (arroz, carne, macarrão e farinha) e mais mil cruzeiros.

 Pedalei mais um pouco pela cidade e fiquei um tempo numa praça. Caiu uma chuva e me permiti ficar molhado. Eu estava muito confiante na minha saúde e na realização da minha fantasia, pois faltavam poucos dias para chegar a Belém. Pedi alimento em outra casa e ganhei bolo e refresco (Tang).

 Depois, pedi pernoite na Delegacia de Polícia. Fui convidado a acompanhei três policiais a um restaurante e ganhei feijão, arroz, macarrão e carne. Na volta, dormi numa rede, mas, me sentindo desconfortável, me dei ao luxo de passar para uma cama.


(Neste dia, em Vitória do Mearim, na beira do rio, vi várias casas e ruas do outro lado, mas não vi nenhuma ponte para chegar lá. Só fui entender um ano depois, vendo o noticiário na TV, uma parte da cidade estava debaixo da água por causa da enchente)

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