10/05/84 Ao
amanhecer, Fernandinho entrou no quarto e conversou um pouco comigo. Deitou
perto de mim, tomou a mamadeira e ficou brincando no quarto. Cochilei mais um
pouco e levantei para tomar café com Airton. Na hora da despedida ele deu umas
goiabas e mais cinco mil cruzeiros.
Passei no jornal O Estado e ganhei um exemplar com
reportagem sobre e a minha viagem.
Atravessei a velha ponte de ferro sobre o Rio Parnaíba e
entrei no Maranhão. Atravessei a cidade (Timon) e segui no rumo de Caxias.
Muitas subidas, mato, babaçu, plantações de eucalipto.
Numa parada. Comi as
goiabas. Mais adiante, num posto de gasolina, tomei um banho e comi sardinhas.
Depois, entrei em
Caxias. Pedi alimentos em algumas casas e ganhei pão, bolachas, bananas,
laranjas, farinha d’água e um prato de comida com feijão, arroz, maxixe,
abóbora, tomate, farofa e carne.
Numa praça, embaixo de uma mangueira e em frente a um
colégio, atualizei o diário. Depois, pedi mais alimentos e ganhei pão e
bananas.
Fui à delegacia de polícia pedir pernoite e guardei a
bicicleta. Às 18h30min eu já estava deitado numa rede para dormir. Uma moça,
presa numa cela próxima, cantava com voz muito alta. Às 2h30min da madrugada,
sentindo desconforto na rede, deitei no chão.
11/05/84 Acordei cedo e comi pão, bolachas e bananas.
Constatei que a caixa da bicicleta estava completamente revirada. Notei a falta
de uma camisa e algumas bolachas.
Segui viagem. Muitas subidas e o babaçu dominando a
vegetação. Num posto de gasolina, tomei banho.
No entroncamento que
dava acesso para Codó e Dom Pedro, num posto de gasolina, comi as duas laranjas e as bolachas que me
restavam. Conversei com alguns motoristas de caminhão. Um senhor pagou uma
refeição numa pequena tenda (feijão, arroz e carne).
A partir daí, a estrada tornou-se mais plana e senti que a
disposição continuava boa. No acostamento vi uma cobra morta de uns 3 m de
comprimento. Mais adiante, vi uma senhora usando um incrível vestido verde
fosforescente. Tomei um banho num riozinho.
Entrei em Peritoró. Escrevi um aerograma e despachei no
correio. Na pequena cidade, pedi alimentos em três casas. Ganhei 100 cruzeiros,
um prato com arroz e peixe, pão e bananas. Numa outra casa, algumas moças
curiosas me chamaram e ganhei pipocas e conversei com elas.
Procurei a delegacia para pedir pernoite, mas estava
fechada. Fui ao posto policial da estação rodoviária e combinei com um PM
dormir lá, no chão. Ganhei um papelão da empresa de ônibus Tïmbira. Comprei
dois pãezinhos, comi, bebi água e deitei.
12/05/84 Levantei antes de amanhecer e segui viagem. Caía
uma forte neblina. Eu estava me sentindo meio estranho, uma espécie de
indigestão. Passei por uma vila chamada Caxuxa.
Mais adiante, entrei em São Mateus. Eram 9 horas da manhã e
eu me sentia muito fraco e enjoado. Comprei dois comprimidos de Sonrisal numa
farmácia. Depois, num bar, tomei um refrigerante com Sonrisal. Andei um pouco e
observei o movimento no mercado público.
Entrei num supermercado e comprei uma lata de goiabada e
dois pacotinhos de massa. Sentei à sombra de uma árvore e comi a goiabada. Em
poucos minutos, formou-se ao meu redor um grupo de curiosos que ficou me
observando. Nada perguntaram.
Andei um pouco pela cidade. Eu me sentia muito
mal. Tomei um banho num posto de gasolina.
Resolvi seguir viagem. Andei uns 25 km soluçando sem parar.
Parei para descansar, fiquei meio tonto e vomitei. Tomei uma dose de Eparex e
muita água.
Mais adiante, tomei banho num riozinho.
No final do dia,
cheguei a uma vila chamada Miranda. Comprei um litro de leite longa vida e
tomei. Comecei a soluçar, fiquei com enjoo. Fiquei descansando num posto de
gasolina até me sentir um pouco melhor e fui a um hotelzinho, onde consegui
pernoite com os 2.700 cruzeiros que tinha (o preço era 3.000).
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