domingo, 6 de março de 2016

Minha primeira grande viagem (Fortaleza/Sobral) (30ª parte)


04/05/84 Levantei às 5h40min. Li uma revista e um jornal,  atualizei o diário. Estava chovendo. Tomei café e me despedi de Tereza, Raimundo e George. Raimundo me deu um litro de leite e 500 cruzeiros “para comprar pão”.

Andei alguns km e a chuva parou. Passei por Caucaia. A estrada seguia por entre milhares de coqueiros (carnaubeiras). 

Entrei em Catuana e despachei os aerogramas no correio. Seguindo viagem, sumiram as carnaubeiras e ficaram só os arbustos e as plantas rasteiras.

Em Croatá,  num posto de gasolina, comi duas laranjas e fiambre, lubrifiquei a corrente e segui.

Em São Luís do Curu, pedi alimentos em duas casas e ganhei bolachas, café e pão. Conversei com uma moça que dizia que tudo era lindo em mim.

 Mais adiante, dei umas voltas em Umirim e fui até Itapajé. Uma igreja cheia de gente, uma praça, uma quadra de esportes e algumas casas. Sentei num banco da praça e atualizei o diário. Algumas pessoas curiosas estavam me observando. Pedi alimentos em duas casas e ganhei milho cozido, bolachas, bolo, tapioca, café e suco de frutas. Depois, fui à delegacia de polícia. O delegado falou que se fosse até Itapajé seria melhor!  Ele falou que eu estava em São Miguel, distrito de Itapajé, e que a cidade ficava 7 km mais adiante.

Subi e desci alguns morrinhos, cheguei e fui direto à delegacia, que ficava na entrada da cidade. Tomei banho, lavei a toalha e duas camisetas. Escrevi aerogramas. Conversei um pouco e juntei quatro bancos no corredor sobre os quais dormi.


05/05/84 Acordei cedo e segui viagem. Havia uma densa neblina.

 Em Irauçuba, pedi alimentos e ganhei pão, café, bolachas, uma maçã, duas laranjas e 300 cruzeiros. Na saída da cidade, junto ao posto da Polícia Rodoviária, comi as duas laranjas. Conversei com um rapaz que estava aguardando carona. Ele era de Novo Hamburgo-RS, pescador profissional,  Jorge Luiz Reichert. Mostrou algumas conchas e búzios e me deu 80 cruzeiros e um par de tênis.

Seguindo viagem, entrei em Forquilha com muita sede. Pedi água numa lanchonete. Pedi alimentos em algumas casas e ganhei pão, bananas, arroz, feijão e farinha.

 Na saída da cidade, Jorge me chamou. Tinha acabado de chegar. Ele me deu mais duas laranjas e dois pedaços de bolo. Conseguiu uma carona numa Kombi até Teresina e seguiu.  

Comi as laranjas e segui até Sobral. Cheguei ao anoitecer. Pedi alimentos numa casa e fui convidado a entrar. Comi bastante feijão, arroz, macarrão e carne. Tomei café. Wanderley, o rapaz que me atendeu, estudava Teologia e Filosofia. Conversamos um pouco. Wanderley tirou uma foto.


Depois, fui até a delegacia, de onde me mandaram para o quartel. No quartel, depois de falar com o oficial do dia e o comandante, tomei banho, fiz um lanche no refeitório dos sargentos e fui dormir no alojamento dos oficiais às 21h30min.

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