26/11/87 Eu estava decidido a terminar a viagem de carona; a Ilda estava com desconforto na mão por causa daquela queda na Rio-Santos e o trecho São Paulo/Curitiba, além de difícil por causa das serras, era muito perigoso por causa da intensidade do trânsito.
Ilda até queria ir de bicicleta mas eu estava muito preocupado.
Saímos do apartamento de Ruben às 4h da madrugada para evitar o trânsito.
Passamos pelo centro e fomos na direção da Rodovia Ayrton Senna, depois a Via Dutra.
No Bairro dos Caminhoneiros (Guarulhos) procuramos a filial do Expresso Cruzador.
Chegamos lá bem antes de abrir a transportadora.
Quando abriu, fomos ao escritório falar com o gerente.
Mostrei a ele uma cartinha de recomendação que o Sr. Schultz fez para mim e perguntei se era possível conseguir uma carona até Venâncio Aires.
O gerente logo respondeu que não, pois o motorista que der carona "vai pra rua".
Pedi então a ele que perguntasse a alguém lá de Venâncio Aires quando houvesse uma ligação...
Em poucos minutos aconteceu a tal ligação; era o Sr. Schultz em pessoa.
Conversei brevemente com ele e passei o telefone para o gerente.
Mesmo estando a uns 3 metros, ouvi claramente o Sr. Schultz falar "manda eles pelo primeiro caminhão!".
Chegou um Scania novinho, cabine branca, o motorista sozinho.
Subimos na espaçosa cabine e saímos de São Paulo.
O motorista falou que não gosta de dar carona e que só estava nos levando porque "o patrão mandou".
Durante a conversa, sendo ele morador de Venâncio Aires, perguntou quem eram meus pais.
Ele então falou que havia sido aluno do meu pai (a partir daí eu e a Ilda fomos tratados com muitas mordomias até chegar a V. Aires).
Neste dia dormimos no posto em General Carneiro.
Ao colocar as redes para dormir debaixo da carreta ele nos entregou um cobertor de lã (casal); tentei dizer que não era necessário mas ele respondeu "vocês vão precisar".
Pois o frio foi aumentando e nós colocamods uma rede dentro da outra, usamos o cobertor e ainda sentimos frio!.
27/11/87 Saímos de General Carneiro e chegamos a Venâncio Aires às 16h.
Descemos do caminhão com as bicicletas em frente a um bar, a menos de 1 km da casa de minha mãe.
O caminhoneiro nos convidou para ficar com ele no bar, mas nós estávamos ansiosos.
Agradecemos pela camaradagem e fomos até a casa da mãe (a minha casa).
Acabou a viagem.
Estava programado que voltaríamos ao Pará em janeiro/88, mas, por insistência do meu chefe, antecipamos para a última semana de dezembro (ônibus).
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