domingo, 24 de abril de 2016

Passeio Benevides/Cupuaçu/Tauá

Depois do meu último passeio em agosto do ano passado, resolvi aproveitar o feriado para encontrar novamente a estrada.
Deveria ser um passeio próximo de 200 km (dia cheio), mas a Lidiane se escalou para ir junto.
Saímos às 6h37min da manhã.
No caminho para Benevides (20 km), intenso trânsito na BR, paramos duas vezes para beber água. 





Atravessamos a cidade e, na saída para a Vila de Cupuaçu, comprei um pacote de bolachas Maria.
A estrada do Cupuaçu é sem movimento, sem barulho e tem o “ar condicionado” das árvores.


Saindo na BR 8 km depois, reencontramos o barulho dos carros, agora menos intenso.


Passamos por Santa Izabel e entramos à esquerda na direção de Vigia. A intenção era entrar num ramal no km 12 e, com mais 28 km, sair na estrada de Curuçá, voltando para Ananindeua por Castanhal.
No km 8, a Lidiane reclamou de dor na poupança. Resolvi encurtar o passeio e fomos só até Santo Antônio do Tauá.
Lá chegando, sentamos num banco da praça por meia hora.



 Na saída, compramos água e iogurte num mercadinho.
Voltamos direto para casa, 48 km, com várias paradas entre 6 e 7 km de intervalo, para descansar os braços da Lidiane.

Lidiane vestiu uma camisa velha por que o sol estava fritando.


Quando estávamos chegando a Marituba, caiu uma chuva intensa que animou um pouco a Lidiane, mas, a 2 km de casa, paramos mais uma vez para descansar.
Chegamos em casa às 15h07min, tendo percorrido 103 km em 8,5 horas (média impressionante de 12 km/hora).
Consumo do passeio: 5,5 litros de água, 100 ml de iogurte e 52 bolachas Maria.

A Lidiane teve a ousadia e a imprudência de levar um aparelho celular para tirar fotografias.

domingo, 17 de abril de 2016

Minha primeira grande viagem (Piripiri/Teresina) (32ª parte)

08/05/84 Acordei às 5h20min. Comi duas laranjas e segui viagem. Tencionava ir até Teresina (168 km).

Passei por uma cidadezinha (Capitão de Campos) e um povoado (Cocal de Telha). Tomei um banho num arroio.

Entrei em Campo Maior. Pedi alimentos em algumas residências e ganhei pão, bananas, laranjas, mangas e leite.

Segui viagem. Plantas rasteiras, arbustos,  coqueiros (carnaúba e babaçu), pastagens com bovinos, equinos e caprinos.

Na sombra de uma árvore comi quatro laranjas. Começaram a surgir árvores grandes. Vi cajueiros e mangueiras.

Entrei em Altos, pedi alimentos e ganhei pão, uma lata com comida (feijão, arroz, farinha e carne de galinha) e cem cruzeiros.

Seguindo viagem, passei por várias subidas pequenas. Vi árvores nativas e plantações de milho e laranja.

Entrei em Teresina no início da noite. Pedi numa casa e ganhei uma laranja. Fui a uma padaria e comprei dois litros de leite e dois pães e enchi a barriga durante uma conversa com um vigilante e alguns motoristas de táxi.

Fui procurar a residência de um conterrâneo, e, no caminho, conversando com outro ciclista, fui convidado a dormir na casa dele. Fui. Lá chegando, tomei banho e jantei. Atualizei o diário.

Num conjunto habitacional chamado Cidade Satélite, o outro ciclista, Osvaldo Ribeiro Paiva, morava com a esposa. Era motorista de ônibus e pedalava 50 minutos de ida e mais 50 de volta para ir à garagem da empresa todos os dias.

Assistimos um pouco de TV e, às 21h30min, fui dormir numa rede que Osvaldo armou para mim.


09/05/84 Alguém estava fazendo alguma coisa na cozinha. Levantei para ver e vi a esposa de Osvaldo colocando uma panela no fogo de chão. Havia fumaça dentro da casa. O almoço de Osvaldo estava sendo preparado. Eram duas horas da madrugada.

 Voltei para a rede. Às quatro horas, quando Osvaldo levantou, tomamos café com cuscuz. Às cinco horas, saímos de bicicleta. Osvaldo ia trabalhar.

 No centro da cidade, nos despedimos e ele me deu 500 cruzeiros.

Tomei um banho num posto de gasolina e fui até a Praça Dom Pedro II, onde comi uma laranja e conversei com alguns policiais. Escrevi alguns aerogramas e despachei no correio.

Fui até o jornal “O Estado” e fui entrevistado. Numa oficina em frente ao jornal, fiz uma rápida revisão na bicicleta.

 Andei na cidade e bati uma foto. Pedi alimentos em duas casas e ganhei pão com ovo, café, uma lata de sardinhas com abridor e farinha. Depois, no refeitório do jornal, almocei a convite do repórter que me entrevistou.

Depois, andei mais pela cidade e procurei a residência do Sr. Airton Bohn, meu conterrâneo.

 Lá chegando, conversei com sua esposa e, mais tarde, com Airton. Lavei uma parte da minha roupa e tomei banho.

Depois, jantamos. Eu, o casal e as três crianças.


Conversamos um pouco e fomos dormir. Durante a noite, tive de ir ao banheiro; estava com diarreia.

domingo, 3 de abril de 2016

Minha primeira grande viagem (Sobral/Piripiri) (31ª parte)

06/05/84 Acordei às 6h30min. Tomei café e segui viagem. Entrei numa vila chamada Aprazível, dei umas voltas, pedi alimento numa casa e não ganhei nada.

Mais adiante, em Ubaúna, também não fui bem sucedido.

Em Frecheirinha, ganhei feijão, arroz, abóbora, carne e farinha. Depois, um copo de café. Segui viagem.

Desde Itapajé eu vi, na beira da estrada, muitas árvores com florzinhas brancas (Pé D’água). Uns dez km depois de Frecheirinha, comecei a subir a serra. Caminhei a maior parte da subida de 10 km. Andei uns 3 km agarrado a um caminhão Mercedes amarelo.

Quase no final da subida, tomei um banho numa fonte. Vi um pequeno açude onde muitas pessoas tomavam banho. Era um balneário.

Entrei em Tianguá. Pedi alimento numa casa e ganhei pão e laranjas.

 Depois, numa outra casa, me convidaram a entrar. Ganhei tomates, laranja, milho cozido, canjica, bolachas e café. O rapaz da casa disse que se chamava Valdir B. Santos. Fiquei lá conversando e Valdir deu uma volta com a minha bicicleta. Atualizei o diário. No alto da serra havia muitos coqueiros de babaçu.

 Saindo da casa de Valdir, um cachorro vira-latas mijou na minha bicicleta. Andei um pouco, pedi numa outra casa e ganhei  bolo, laranjas e uma banana. Comecei a sentir frio. 

Andei mais um pouco, pedi em outra casa e ganhei arroz, ovo frito e carne. Tentei telefonar para mamãe, mas só encontrei orelhões estragados. Voltei à casa de Valdir e telefonei de lá.

Depois, fui até o quartel. Após o comandante autorizar, me instalei no alojamento e dormi.


07/05/84 Levantei às 6h20min. Tomei café no alojamento, comi uma laranja e segui viagem.

 Andei uns dez km de “sobe-e-desce” e comecei a descer a serra. Ao contrário da subida, íngreme e com curvas acentuadas, a descida era suave e com curvas bem abertas. Uns 16 km. Uns 30 periquitos passaram voando na minha frente.

No final da descida, passei por uma vila. 

Mais uns 15 km, outra (Alto Alegre). Vi muitas carnaubeiras e pequenos rebanhos de caprinos, ovinos e bovinos. 

Num trecho da estrada, outro ciclista quis apostar corrida comigo, mas faltou-lhe fôlego. Mais adiante, outro, também cansou.

Entrei em Piripiri às 12h45min. Comi uma laranja e uma banana, me lavei num posto de gasolina e andei pela cidade. Pedi alimentos e ganhei pão, bolachas, cajuína, um prato de comida (arroz, carne e ovos fritos) e café. Nesta casa fiquei conversando um tempo com uma senhora e uma moça e atualizei o diário. 

Piripiri era uma cidade grande, plana e quadriculada. Não vi indústrias e o comércio era razoável.

Pedi mais alimentos e ganhei bananas, laranjas, cuca, leite, café e pão torrado.

Numa casa havia um enorme viveiro cheio de pássaros. Um pássaro preto e branco, muito agitado, parecia ser o rei do viveiro. O dono disse que era um cão-cão e comentou que ele acua qualquer cobra.

Em outra casa, conversei sentado ao sol com dois senhores de idade avançada e fiquei encharcado de suor em poucos minutos.

Ao anoitecer, tomei banho num chuveiro da empresa Barroso e fui até a praça que ficava em frente à igreja. 

Alguns motoristas de táxi com quem eu conversava fizeram uma vaquinha e me deram dois mil e cinco cruzeiros.


Por indicação deles, fui até o mercado público e comi panelada (arroz, carne, tomate, cebola...) e tomei café. Gastei mil cruzeiros. 

Voltei à praça, conversei mais um pouco com os motoristas e me dirigi ao quartel, onde passei a noite.