domingo, 19 de abril de 2015

Minha primeira grande viagem (Rio de Janeiro\Búzios) (11ª parte)

08\03\84. Acordei ao nascer do dia. Christiane levantou por volta das seis horas. Tomamos café e fomos até a parada de ônibus. Christiane tirou uma foto de mim. Na despedida,  Christiane entrou no ônibus e eu fui rumo ao centro com a minha bicicleta. Estava levando uma camiseta, três chocolates e dois mil cruzeiros que ganhei dela.
Chegando ao centro, fui até o escritório da CGE, na Av. Presidente Vargas, falei com Elza e escrevi uma carta para os ex-colegas   da CGE de Porto Alegre.
Depois que saí do escritório, entrei numa lanchonete onde aconteceu aquela história que postei com o título “O Tomador de Batidas”.
 Em seguida, fui até a Tijuca visitar  Elaine, uma amiga do Barriga. Ela estava trabalhando. Conversei um pouco com a mãe a avó e a irmã de Elaine.
 Segui rumo a São Gonçalo, onde procuraria a casa de Jorge. Quando cheguei à ponte Rio-Niterói, fui impedido pela segurança de seguir adiante. Fui orientado a arranjar carona com um caminhão, o qual, além de me levar até o outro lado (14 km), atravessou toda a cidade de Niterói e me deixou num lugar chamado Tribobó. Andei mais alguns km e cheguei a São Gonçalo.
 Fui até a casa de Jorge. Fui recebido por Marena, sua irmã. Telefonei para Marta e informei que havia chegado. Tomei um banho e fiz um lanche. Levei a bicicleta até uma oficina para uma revisão completa. Voltei à casa de Jorge. Atualizei o diário e Marena leu tudo de uma só vez. Fiquei impressionado com a atenção que ela lia. Depois, ela foi até uma quitanda e eu fiquei na casa olhando TV. Marena preparou o jantar. Fiquei observando. De tempos em tempos chegava alguém para conversar com Marena. Jantamos. Fomos até a sala olhar TV. Jorge chegou por volta das 23 horas. Assisti até o final de um filme e fui dormir.
09\03\84. Acordei por volta das dez horas. Tomei café e fiquei pela casa. Escrevi alguns aerogramas.  Almoçamos. Depois do almoço, deitei e adormeci. Acordei por volta das 15 horas.
 Fui até a oficina, retirei a bicicleta e fui dar umas voltas pelo centro da cidade. Passei no correio e despachei os aerogramas. Voltei até a casa. Comi um chocolate, tomei leite, brinquei um pouco com os garotos. Fui até uma praça e vi a rapaziada batendo bola. Voltei, assisti um pouco de TV e tomei banho. Atualizei o diário. Jantamos. Voltei à praça. Vi umas pessoas muito animadas ao redor de uma mesa.  Estavam jogando Fla-Flu.  Havia alguns pares de namorados na praça. Retornei à casa de Jorge. Assisti um pouco de TV e fui dormir
No meio da noite, levantei para ir ao banheiro e encontrei Jorge acordado. Conversei um pouco com ele. Ele me deu um boné e cinco mil cruzeiros. Voltei à cama.
10\03\84. Acordei às 7:30. Marena ainda estava dormindo. Peguei minhas coisas e coloquei na caixa da bicicleta. Fiquei aguardando Marena levantar. Ela levantou alguns minutos antes das nove. Tomamos café. Ela foi até a praça pegar um ônibus para Niterói. Agradeci a estadia e  segui rumo a Saquarema.
Passei por Alcântara e Tribobó.  Em Maricá, entrei. Numa praça, onde havia música, comi um pouco. Marena havia me dado peras, maçãs e bolachas antes de sair. As peras eram de um tipo que eu não havia conhecido ainda. Eram bem macias, doces e suculentas. Continuei. Em Sampaio Correia, também fui a uma praça e comi mais um pouco. Mais adiante, num posto Atlantic, descansei e comi mais alguma coisa. Passei por Bacaxá e segui mais 6 km até Saquarema. Uma lagoa, o mar, prédios antigos, pescadores e banhistas. Mulheres muito bonitas. Dei umas voltas na cidade, tomei um banho na lagoa. Era tão rasa que, entrando 30 metros, a altura da água era de um palmo. Conversei com algumas pessoas e atualizei o diário. Já era noite.  Parei numa esquina e fiquei observando. Depois, fui até a delegacia de polícia. Dormi numa cela que estava desocupada. Atualizei o diário. Comi uma maçã que havia sobrado na caixa. Ganhei uma marmita com peixe, batatas fritas, arroz e vagens.  Comi e deitei num colchão que o delegado trouxe para mim. Não eram ainda 20 horas.
11\03\84. Acordei às cinco horas. Fui até a frente da delegacia, sentei-me na escada e observei o movimento na rua. Voltei e dormi até as 8:30.
 Peguei a bicicleta, me despedi e segui viagem. Passei por Bacaxá. Em Araruama, dei umas voltas pela cidade e passei numa casa, onde ganhei um pedaço de pão e uma cocada. Na saída da cidade havia uma praia à beira da lagoa. Vi muitos banhistas. Prossegui.
 Em Iguaba Grande, que se estendia à beira da lagoa, tomei um banho numa praia. Procurei o Sr. Célio, amigo do Barriga. Conversei com ele e mais algumas pessoas. Ganhei um cachorro-quente. Continuei. Em São Pedro da Aldeia, tomei outro  banho na lagoa. Passei numa casa e ganhei bananas e maçãs. Fui até Cabo Frio. Já era comum se ver salinas na beira da estrada. Dei umas voltas em Cabo Frio, passei em algumas casas. Ganhei pão, bananas e laranjas. Ao anoitecer, fui até Arraial do Cabo. Na beira da estrada, havia dunas de areia, cactus e salinas. Em Arraial do Cabo, passei numa casa e ganhei um pão com carne e cebolas e uma gostosa limonada. Passei na Churrascaria Gaúcha, conversei com Luiz Sérgio. Ele mandou me servirem um jantar. Comi fartamente. Depois, fiquei em frente à churrascaria conversando e atualizei o diário. Depois fui dar umas voltas. Muita gente nas ruas. Na praça, nos bares, nas casas de fliperama. Voltei à churrascaria, tomei um banho e fui dormir no depósito de bebidas, em cima de uma lona verde. Junto comigo, dormiram dois cachorros.
12\03\84. Acordei cedo. Tomei café, me despedi de Luiz Sérgio e segui. Passei por dentro de Cabo Frio e segui até Búzios por uma estrada que tinha asfalto, pedras, areia e chão vermelho. Dei umas voltas em Búzios. Passei numa casa e ganhei bananas e salgadinhos. Fui até uma praça e comi. Fui até a praia dos Ossos, onde tomei um banho. A água estava fria. Depois, no bairro de Manguinhos, passei numa casa. O rapaz que me atendeu, Carlos, convidou para entrar, serviu tomate, leite e fritou um ovo. Depois, preparou arroz e salada,  fritou mais ovos, e almoçamos.
Carlos era artesão. Ficava em Búzios, na sua casa, durante nove meses, preparando seus produtos para vender no litoral do Peru durante a época de veraneio.

 Depois, veio um garoto gordinho, Marcelo. Fomos nós três até a praia de Geribá. Depois, entramos por um caminho no meio do mato e saímos na praia da Ferradurinha. Tomamos um banho, voltamos pelo mato, paramos numa casa onde morava um amigo de Carlos, Vaci. Saímos do mato. Na praia de Geribá, pegamos uns cascudinhos chamados Tatuí. Depois, voltamos para casa. Marcelo preparou os cascudinhos. Jantamos. Tatuí com farinha, arroz e banana. Depois, Marcelo lavou a louça e eu atualizei o  diário. Fui convidado para dormir na casa. Topei. Depois, eu e Carlos fomos até o centro. Ficamos num restaurante chamado Cecilia’s. Fomos de bicicleta. Comecei a sentir frio. Perto da meia-noite, voltamos e fomos dormir. Um gatinho preto dividiu o sofá comigo.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Minha primeira grande viagem (Angra dos Reis\Rio de Janeiro) (10ª parte)

02\03\84. Reiniciei minha viagem. Levantei por volta das 8 horas, tomei café, conversei um pouco com Heraldo e me despedi. Peguei a bicicleta, fui até o centro da cidade e comprei um calção de nylon. Saí de Angra e fui até Monsuaba (18 km) visitar Manoel e Maria do Carmo, o casal que me socorreu no acidente. Fiquei lá até meio-dia, almocei, e, por volta das 13 horas, continuei. A estrada era cheia de morros. O mar, sem nenhuma onda, exibia tonalidades de verde e azul. Céu nublado. Fui até Mangaratiba. Cheguei após as 16 horas.

 Dei umas voltas pelo centro, fui a uma mercearia e comprei bolachas.  Em seguida, fui a uma padaria, comprei um sorvete e um litro de leite longa vida. Numa quadra de esportes que ficava ao lado da estação rodoviária, fiquei olhando os rapazes jogarem bola. Enquanto observava, consumi o sorvete, o leite e algumas bolachas. Uma rua da cidade estava toda decorada para o carnaval. As tendas que ali estavam instaladas foram se enchendo de quitutes e bebidas.  Já tendo anoitecido, sentei-me num banco da praça e atualizei o diário. Num canto da praça havia um grupo de pessoas fantasiadas batucando, cantando e bebendo alegremente. Aproximei-me e permiti que o ambiente me envolvesse um pouco. O povo começou a sambar na rua.

 O sono forçou-me a procurar um lugar para dormir. Fui à Delegacia de Polícia. O inspetor indicou uma sala em cujo chão dormi. Não havia mosquitos.

03\03\84. Quando acordei, já era dia claro. Estava chovendo. Agradeci ao inspetor e segui viagem. Logo nos primeiros km, passei por dois túneis. A estrada ia subindo e descendo morros. Havia um trânsito muito intenso no sentido Rio-Santos. Automóveis e ônibus lotados.

 Após uns 30 km de estrada, o caminho tornou-se plano. Antes da entrada que dava para Itaguaí, o pneu traseiro furou num caco de garrafa. Remendei. 

 Parou de chover e veio um sol muito quente. Entrei na cidade do Rio de Janeiro pela Avenida Brasil, que tinha uns 50 km de extensão. Muito movimento, acostamento irregular. O sol estava fazendo as minhas costas arderem.  Vesti uma camisa. Andei até o km 10 da Av. Brasil. O barulho do trânsito era perturbador. 

 Entrei à direita. Vi, ao longe,  uma igreja no alto de uma grande rocha. Era a igreja da Penha. Entrei numa loja de jogos eletrônicos e joguei algumas partidas na máquina QIX.

 Em seguida, procurei a residência de Maria Thereza, no bairro Riachuelo. Após muito andar e perguntar, cheguei  lá ao anoitecer.  Encontrei Maria Thereza e tomei um banho. Conversei um pouco com o pessoal da casa. Em seguida, fui com André até a rua. Voltei , comi uns cachorros-quentes, tomei cerveja e conversei um pouco com o pessoal. Depois, comi mais um prato de comida e tratei de atualizar o diário. Ficamos conversando na sala e fomos dormir depois da meia-noite.

04\03\84. Acordei por volta das 7 horas. Tomei café, fui até a calçada com André e conversamos um pouco. Em seguida, me despedi, peguei a bicicleta e fui dar umas voltas na direção do centro. Por volta do meio-dia comprei leite, bolachas e cocadas numa padaria. Consumi leite e cocadas. 
Em seguida, perguntei que caminho usar para chegar à Barra da Tijuca, onde eu procuraria a casa de José Gabriel, irmão do Fitico.  Acho que andei uns 20 km até encontrar a casa. Passei pelo Alto da Boa Vista. Subi um morro muito alto. Tendo descido no outro lado, passei num posto de gasolina, conversei com o guarda e bebi água. Numa churrascaria um garçom me informou onde era a Avenida Fernando Mattos. 
 Chegando lá, conversei com Filico, filho de José Gabriel. Entrei, tomei um banho, lavei calção e camiseta e fiquei por ali. José Gabriel e Hebe haviam saído. Os garotos estavam jogando futebol de mesa. Comi umas bolachas. Tive de reparti-las com dois cachorros-lingüiça que estavam na casa. Ao anoitecer, atualizei o diário. José Gabriel e Hebe chegaram. Subi até a cozinha e conversamos sobre a minha viagem. Hebe preparou macarrão e jantamos.

Após o jantar, fiquei jogando xadrez com José Gabriel até as 4 da madrugada, quando  fomos vencidos pelo sono e fomos dormir.

05\03\84. Acordei às nove horas. Senti que não estava mais com sono e levantei.  Assisti um pouco de TV e atualizei o diário. Tomei café com Guilherme. Depois José Gabriel e Hebe tomaram café. José Gabriel começou a ler o meu diário e eu fiquei olhando o mapa da Bahia.
Em seguida, eu e José Gabriel fomos de bicicleta ao supermercado. Ele tinha uma bicicleta marca Göricke, pneu balão. Voltamos e ele terminou de ler o diário. Almoçamos. À tarde, José Gabriel e eu jogamos mais xadrez. Filico e seus companheiros jogavam futebol de botão. Por volta das 21 horas, fomos jantar e logo depois fomos dormir.

06\03\84. Acordei  às oito horas. Atualizei o diário. A família Souza ainda  dormia. Às 8:30 José Gabriel levantou. Na sala, havia um aquário com seis peixinhos que mediam uns 2 cm de comprimento. Pus um pedacinho de alimento para peixes na água e fiquei observando. Hebe também já havia levantado. Na cama de Guilherme estava também uma  cachorra-lingüiça, a qual chegou até a cama durante a madrugada. Tomamos  café. Ficamos conversando, eu e o casal. Depois das 10 horas, me despedi.
 Pela avenida que eu seguia, encontrei um túnel muito escuro e muito movimentado e, estando na contramão, não tive coragem de passar.  Pedi informações e fui orientado  a subir o morro que estava à minha esquerda e descer do outro lado. Passei numa grande favela chamada Rocinha. Depois, andei pelas praias de São Conrado, Gávea, Leblon, Ipanema, Copacabana, Leme, Botafogo, Flamengo, Aeroporto Santos  Dumont e Cais do Porto. 
Depois voltei. Perto do aeroporto, às 14 h, almocei numa lancheria Bob’s. Comi  hamburguer  com fritas e tomei um litro de suco de laranja. Depois, fui a um orelhão e falei com minha ex-colega Christiane, da CGE.
 Ela me deu o endereço onde estava morando. Era em Ipanema. Fui até lá e cheguei à tardinha. Christiane estava morando provisoriamente no apartamento de um amigo. Conversamos, eu e Christiane. Mais tarde chegaram Patrice e Beth, sua namorada. Jantamos e ficamos assistindo TV. Novela, um show de Elba Ramalho e um filme. Depois da novela, Beth foi dormir. Durante o filme fui tomar um banho e depois eu e Christiane fomos dormir. Patrice ficou assistindo o filme.

07\03\84. Acordei ao amanhecer e atualizei o diário. Deitei novamente e dormi. Christiane levantou às 8:30 e começou a preparar o café da manhã. Escrevi aerogramas para Alceu, Roswitha, Sandra e Fitico. Tomamos café.
Depois, eu e Christiane fomos até a praia. Eu estava branquinho. Para não ficar como um camarão, Christiane, que conhecia tudo de cosmético, passou uma meleca francesa na minha pele. Por volta do meio-dia, Patrice nos encontrou. Ficamos lá até as 14 e pouco e voltamos ao apartamento. Quando tomei banho e me vi no espelho, notei que a minha pele, incrivelmente, estava bronzeada.  Comi bolachas, iogurte e ovos cozidos. Tirei uma soneca.

À tardinha, fomos ao supermercado, de carro, fazer compras. Na volta, jantamos, assistimos TV e fomos dormir.

domingo, 12 de abril de 2015

Passeio Barcarena\Praia do Caripi

Num domingo destes, uns 4 ou 5 anos atrás, resolvi conhecer a praia do Caripi, em Barcarena.

Chegando ao final da Alça Viária, entrando na estrada do Arapari, segui no rumo da balsa, sendo que, com poucos km pedalados, vi uma estrada de piçarra para a esquerda e perguntei se ela ia para Barcarena, sendo que um rapaz confirmou.

 Lá fui eu. Alguns minutos pedalando, passei por uma matadouro muito fedorento e circundado por centenas de urubus. Mais alguns km de estrada ruim, encontrei uma outra, boa, de asfalto, e por ela segui até entrar na cidade de Barcarena, onde vi, logo na entrada, o estádio de futebol “Laurival Cunha” e o ginásio de esportes com o mesmo nome.

Ali pertinho, entrei num mercadinho e comprei algo para merendar. Perguntei onde era a praia do Caripi. O dono do mercadinho, embora declarasse ter ido lá várias vezes, não soube explicar o caminho, sendo que segui perguntando até que cheguei a um bairro, salvo engano, Vila dos Cabanos. Seguindo por uma avenida, perguntei a uma senhora que estava saindo de casa para onde era a praia do Caripi e ela respondeu que não sabia.

Pelo instinto, segui até o final da avenida e vi saídas para a esquerda e para a direita; para a esquerda, uma placa indicava “praia de Itupanema”, sendo que segui para a direita: a estrada fez uma grande curva ao redor de um mato, uns 3 km, e chegou à praia do Caripi. Havia menos de 20 pessoas lá. Fiz uma merenda e voltei. 

Ao passar novamente por aquela avenida, dois carros parados numa esquina, com placas de Belém, um motorista perguntou onde era a praia do Caripi, e eu o orientei com uma precisão que nem mesmo os moradores de lá seriam capazes!

Em seguida, fiquei perguntando pelo caminho como chegar à Alça Viária sem passar por Barcarena, e, novamente, foi uma dificuldade. No final, após chegar ao falado “trevo da  Peteca”, achei o caminho e voltei para casa.


Neste dia andei duzentos e poucos km.