domingo, 20 de setembro de 2020

Viagem 1400 km (Ananindeua/Santa Inês/Açailândia/Ananindeua)

 Esta viagem foi no ano posterior à de Natal /Ananindeua que foi em 11 dias (meu melhor desempenho).

Foi entre 2000 e 2005.

Um ciclista de competição, o Neves, me falou de uma tal roda aero...

Instalei um par na minha bicicleta e fui pra estrada.

No primeiro dia, muita chuva, 200 km até Santa Luzia do Pará.

Dormi naquele posto na saída da cidade.


No segundo dia, muita chuva, visitei Zé Fortino em Cajueiro (12 km antes de Maracaçumé) e segui até Santa Luzia do Paruá e dormi naquele posto na entrada da cidade

Havia uma goteira e a toalha que deixei sobre o banco ficou molhada.


No terceiro dia, na chuva, sentei sobre a toalha molhada e depois de umas duas horas pedalando minhas coxas ganharam assaduras. (vivendo e aprendendo)


Andei até Santa Inês e dormi num posto na saída para Buriticupu.

Um mascate que pernoitou perto de mim amarrou a minha rede (os pilares redondos eram lisos), sendo que uma meia hora depois a dele escapou e foi ao chão....


No  quarto dia, na entrada para Arame, passou um pau de arara cheio de índios.

Um deles falou "goiano, vamos te esperar lá na frente" e  eu fiz um sinal de positivo...

A  partir daí foram surgindo umas subidas cada vez mais difíceis.

Eram curtas, de uns 300 a 500 m, em seqüência.

Chegando a Santa Luzia, encontrei uma oficina de bicicletas.

Vi um rapaz numa cadeira reclinada muito concentrado num jogo de video-game.

Ao notar minha presença falei de um problema no câmbio.

Com a mesma habilidade do game ele trocou o cabo, não quis cobrar e ainda ofereceu ajuda para o que mais eu precisasse.....

Segui até Buriticupu (o sobe/desce cada vez mais intenso) e fiquei no posto de gasolina.

Um senhor idoso muito simpático ficava perto de alguns caminhoneiros que bebiam cerveja e ganhava cerveja também...

Conversei um pouco  e ele mostrou no braço um espinho de tucum (tucumã). Havia colidido no tronco andando de bicicleta quando era menino.....

No quinto dia, depois de uns 20 km de fazer força na subida alternando com 1 minuto de banguela, num raro trecho plano, parei num comércio para descansar e merendar.

Quando voltei à estrada, a surpresa: eu estava me sentindo esgotado.

Apesar de encontrar trechos mais fáceis, fui me arrastando até Açailândia e, por não gostar de ficar na cidade, ainda andei mais 10 km até o Posto Jacaré.

Daí até Ananindeua foram mais 3 dias (pernoites em Ulianópolis e Mãe do Rio).

Não percebi nenhuma vantagem das rodas aero.